
Presidente do Senado pressiona Planalto por controle de bancos e autarquias e mantém sabatina em dezembro
O senador Davi Alcolumbre (União-AP) cobra contrapartidas do governo Lula para viabilizar a indicação de Jorge Messias ao STF. Segundo reportagem do Metrópoles e Veja, ele exige controle de órgãos federais e a criação de cargos em troca de apoio.
Mesmo antes de receber a mensagem formal do Planalto, Alcolumbre marcou a sabatina de Messias para 10 de dezembro. A estratégia encurta o prazo para articulações do indicado no Senado e reduz o tempo de visitas aos parlamentares.
A movimentação é atribuída a dois fatores: insatisfação com a escolha de Messias em vez de Rodrigo Pacheco e tentativa de ampliar influência sobre a máquina pública. Alcolumbre atua como principal interlocutor do governo no Congresso, diante do enfraquecimento da articulação com a Câmara.
Um episódio recente expôs a pressão. Após visita de Messias a um senador, o parlamentar recebeu telefonema de Alcolumbre. O conteúdo da conversa não foi divulgado.
Aliados do senador e interlocutores do Planalto afirmam que ele quer o comando de bancos públicos e autarquias. Na lista estão o Banco do Brasil, o Banco do Nordeste, o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) e a CVM (Comissão de Valores Mobiliários).
O governo avalia ceder parte dos espaços. O objetivo central é assegurar a aprovação de Messias no Senado. Lula pretende procurar Alcolumbre pessoalmente nos próximos dias para tratar do tema.
Alcolumbre disse a interlocutores que não irá adiar a sabatina. Segundo ele, a publicação da indicação no Diário Oficial e a divulgação formal pelo Planalto são suficientes para manter o calendário.
A sabatina de Jorge Messias está marcada para 10 de dezembro, na Comissão de Constituição e Justiça, sob comando do senador Otto Alencar (PSD-BA). Após a CCJ, o nome precisa ser aprovado em plenário por, no mínimo, 41 senadores.
Messias foi indicado para ocupar a vaga deixada por Luís Roberto Barroso. Atualmente, é advogado-geral da União e poderá permanecer no STF até os 75 anos, caso seja aprovado.