
Mais de 53 mil servidores públicos ganham acima do teto do funcionalismo
53.488 servidores públicos recebem salários acima do teto do funcionalismo no Brasil, aponta levantamento encomendado pelo Movimento Pessoas à Frente e pela República.org. Entre agosto de 2024 e julho de 2025, o país gastou cerca de R$ 20 bilhões com pagamentos que ultrapassaram o teto da remuneração pública.
O estudo comparou o Brasil com Alemanha, Argentina, Chile, Colômbia, Estados Unidos, França, Itália, México, Portugal e Reino Unido e concluiu que o país lidera com folga o ranking de “supersalários” no serviço público.
A Argentina aparece em 2º lugar, com cerca de 27 mil funcionários ganhando acima do salário do presidente. Os EUA ocupam a 3ª posição, com 4.081 casos.
Os supersalários no Brasil estão altamente concentrados no Judiciário:
79,9% dos juízes recebem acima do teto (R$ 46.366,19 mensais, em média)
70,4% dos membros do Ministério Público
59,4% das carreiras da Advocacia-Geral da União (AGU)
No Executivo, 12.200 servidores ultrapassaram o limite, sendo R$ 4,33 bilhões pagos a mais. Na Câmara dos Deputados, mil funcionários estão na lista de supersalários.
Os ganhos quase sempre acima do teto colocam 75% dos magistrados brasileiros no 1% mais rico do país (renda acima de R$ 685 mil anuais em 2025). O Brasil tem 18.987 juízes em atividade, segundo o CNJ.
“Quase 11.000 juízes brasileiros ganharam mais de US$ 400 mil (paridade de poder de compra – PPP) entre agosto de 2024 e julho de 2025, o que ultrapassa a remuneração paga a qualquer juiz de 7 dos 10 países estudados”, diz o estudo.
