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Galípolo critica “especialistas de WhatsApp” e defende BC
Publicado em 25/11/2025 18:10
Últimas Notícias

 

Presidente do BC justifica liquidação do banco Master e diz que órgão seguiu protocolos

O presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, criticou nesta terça-feira (25) a proliferação do que chamou de “especialistas de WhatsApp”, em referência a opiniões e análises disseminadas por usuários nas redes sociais.

 

A declaração foi dada durante audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, em meio a críticas direcionadas ao BC pela liquidação do banco Master e pela manutenção da taxa básica de juros em patamares elevados.

 

Galípolo afirmou que nem sempre é possível responder a cada comentário publicado na internet, sob o risco de prejudicar a atuação da autoridade monetária. “Toda decisão vai provocar algum tipo de setor que não pode ser agradado, ou um tipo de interesse que possa ser desagradado”, disse.

 

Segundo ele, a combinação entre dificuldade de comunicar decisões complexas e eventuais oportunismos nas redes cria um ambiente que pressiona a instituição.

 

Ele destacou que as redes sociais têm baixa mediação e estimulam opiniões superficiais ou imediatistas. “Hoje, temos especialistas de ‘WhatsApp’, que criam o próprio grupo e dão opinião sobre tudo.

 

Essas coisas vão se propagando. É um dilema para o BC: vai a cada momento interromper seu trabalho para responder?”, questionou.

 

O presidente da instituição também observou que a desinformação muitas vezes ganha mais espaço do que dados técnicos. “A verdade pode ser técnica, enfadonha e chata”, afirmou.

 

Liquidação do banco Master

As críticas recentes nas redes sociais envolvem suposta demora do Banco Central para intervir no banco Master, liquidado na semana passada.

 

Galípolo, no entanto, declarou que todo o procedimento seguiu rigorosamente o protocolo previsto em lei.

 

O Banco Central identificou riscos de falência decorrentes do alto custo de captação do Master e de sua exposição a investimentos considerados arriscados, com juros acima do padrão de mercado. “O Banco Central trabalhou desde o primeiro minuto. Agradeço à Polícia Federal e à Justiça em cada passo. Quem tem de identificar e foi quem identificou a operação irregular foi o Banco Central”, afirmou.

 

Após detectar irregularidades, o BC comunicou os órgãos competentes, como Polícia Federal e Ministério Público, responsáveis por conduzir investigações.

 

Galípolo ressaltou que, se a autoridade monetária descumpre procedimentos legais na liquidação de instituições financeiras, pode gerar uma “conta enorme” ao erário público. Por isso, reforçou que é essencial seguir à risca as normas previstas. Ele também afirmou que não cabe ao BC julgar a conveniência de aquisições de ativos por bancos, mas apenas avaliar se as operações atendem aos requisitos legais e técnicos.

 

O presidente do Banco Central também defendeu as decisões do Comitê de Política Monetária (Copom), responsável por definir a taxa básica de juros, atualmente em 15% ao ano, o maior patamar em quase duas décadas. A medida, segundo ele, busca conter pressões inflacionárias persistentes.

 

As decisões do Copom têm sido alvo de críticas, inclusive de integrantes do governo federal, enquanto ex-dirigentes como Roberto Campos Neto, que presidiu o BC na gestão Jair Bolsonaro, têm saído em defesa da política monetária.

 

Galípolo lembrou que a meta central de inflação no Brasil é de 3% e que as projeções atuais indicam dificuldade em atingir esse objetivo. “Quando olho para o ‘Focus’, vejo que o BC não vai conseguir cumprir a meta durante todo meu mandato. A determinação legal é perseguir a meta, e o instrumento é a taxa de juros”, afirmou.

 

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