
Zelensky afirma que não “trairá” Ucrânia e promete agir sem abrir mão da soberania
Em pronunciamento à nação, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse há pouco que o país atravessa “um dos momentos mais difíceis de sua História” ao avaliar o plano de paz proposto pelos EUA para encerrar a guerra russo-ucraniana.
Zelensky disse que Kiev enfrenta uma escolha “entre perder um grande parceiro [os Estados Unidos] ou a dignidade da Ucrânia” e que “a pressão sobre a Ucrânia é enorme”.
Em vídeo, o presidente da Ucrânia afirmou ainda que trabalhará “com calma” com Washington e aliados europeus e que pretende agir “de forma construtiva”. “Apresentarei argumentos, tentarei persuadir, proporei”, declarou Zelensky, garantindo que não “trairá” o país.
“Ou um plano complexo de 28 pontos, ou um inverno extremamente rigoroso, o mais rigoroso de sempre, e mais riscos. Uma vida sem liberdade, dignidade e justiça, enquanto se espera que confiemos em alguém que já nos atacou duas vezes”, afirmou o ucraniano.
Antes do discurso, Zelensky conversou por telefone com os líderes de Alemanha, França e Reino Unido, que reiteraram apoio à Ucrânia. A proposta do governo Trump, no entanto, surpreendeu aliados europeus por ter sido apresentada sem consulta prévia.
O plano americano, de acordo com esboço obtido pela AFP, incorpora demandas antigas do autocrata russo Vladimir Putin, como concessões territoriais por parte da Ucrânia e garantias de segurança limitadas a Kiev.
A iniciativa prevê que a Ucrânia ceda Donetsk e Luhansk, que seriam “reconhecidas de fato como russas, inclusive pelos Estados Unidos”. O mesmo status seria aplicado à Crimeia.
Líderes europeus defenderam mais cedo que as forças da Ucrânia mantenham capacidade de proteger a soberania do país, em resposta à possibilidade de redução militar prevista no plano. Já o Kremlin afirmou, sem comentar o plano de Trump, que Kiev tem pouca margem de negociação diante dos recentes avanços das tropas russas.
