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Após derrota da MP, governo Lula promove exonerações de cargos dados ao ‘centrão’
Por Silvio Cassiano - SiCa
Publicado em 15/10/2025 13:05
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Um dia depois da derrota da MP 1.303, que previa aumento de tributos e acabou retirada de pauta na quarta (8), o governo iniciou uma rodada de exonerações no segundo escalão em órgãos federais e estatais. Levantamento em diários oficiais desde a votação identificou nove demissões ligadas a indicações do Centrão, distribuídas em cinco órgãos. Paralelamente, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, chegou a aventar corte de R$ 10 bilhões em emendas parlamentares para recompor parte da perda estimada de R$ 17 bilhões.

 

Quem caiu

Iphan-MA — Exoneração de Lena Carolina Brandão, irmã do líder do União Brasil na Câmara, Pedro Lucas (MA).Economia Brasileira Livros

 

Codevasf — Saída do superintendente Harley Xavier Nascimento, também defendido por Pedro Lucas.

 

Caixa Econômica — Destituição de José Trabulo Júnior, consultor da presidência, ligado ao PP de Ciro Nogueira. A Caixa comunicou ao mercado a decisão (em inglês).

 

Caixa Econômica — Exoneração de Paulo Rodrigo de Lemos Lopes, vice-presidente de Sustentabilidade e Cidadania Digital, indicado por acordo com o PL.

 

DNIT-RR — Saída do superintendente Igo Gomes Brasil (indicação da deputada Helena Lima, MDB-RR), que atuou contra a MP.

 

Ministério da Agricultura — Troca de quatro superintendências regionais ligadas ao PSD (de Gilberto Kassab): Everton Augusto Ferreira (MG), Wellington Reis Sousa (MA), Juliana Bianchini (PR) e Jesus Nazareno de Sena (PA).Economia Brasileira Livros

 

Embora o PSD tenha sido, numericamente, o mais afetado na Agricultura, a bancada dividiu-se na votação: 18 a favor e 20 contra a MP.

 

 

União Brasil e PP em atrito

O União Brasil já havia anunciado, em 2 de setembro, a saída formal da base e exigido que seus filiados deixassem cargos na Esplanada. O ministro do Turismo, Celso Sabino, resistiu e agora enfrenta processo de expulsão. O PP, prestes a oficializar federação com o União, também teve indicados atingidos.Economia Brasileira Livros

 

 

Pressão política explícita

O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), afirmou no sábado (11) que a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, está “com a lista” e “vai meter a faca”. Segundo ele, o presidente Lula cobrou celeridade: “Gleisi, você agiliza, viu? E mexa no vespeiro da Caixa Econômica para começar”. Em entrevista ao Estadão, a própria Gleisi confirmou o critério:Livros sobre Lula

 

“Estamos tirando dos cargos os indicados por deputados que votaram contra a MP 1.303 porque precisamos reorganizar nossa base.”

 

Contexto fiscal e próximo movimento

Após a derrota, Haddad sinalizou a intenção de propor corte de R$ 10 bilhões em emendas como alternativa parcial de compensação. No Congresso, líderes do Centrão reagiram, defendendo a manutenção das emendas e criticando novas elevações de carga tributária.

 

 

As exonerações indicam endurecimento do Planalto na disputa por votos para a agenda econômica. Novas trocas em estatais e autarquias são esperadas conforme o governo busca recompor a base e viabilizar fontes de receita para 2026. Procurados, Casa Civil, Caixa, Codevasf, Iphan, DNIT e Ministério da Agricultura não responderam até o fechamento desta edição.

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