
A delegação brasileira deixou o plenário da Assembleia Geral da ONU nesta sexta (26) durante o discurso do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, aderindo a um boicote coordenado por dezenas de países em protesto à guerra em Gaza. Representantes do Brasil também utilizaram trajes típicos palestinos durante a sessão.
Segundo veículos de mídia dos EUA, a retirada foi articulada por carta da Autoridade Nacional Palestina. O embaixador israelense junto à ONU classificou a ação como “encenação barata”. A delegação norte-americana permaneceu no salão e aplaudiu em diversos momentos, sinalizando alinhamento à posição de Washington, que sob a administração Donald Trump intensificou o apoio a Israel.
O gesto brasileiro ocorre em meio aos esforços do governo para reverter tarifas de importação impostas pelos Estados Unidos a produtos nacionais. A postura na ONU, portanto, expõe um contraste público entre os dois países em um momento de negociação comercial sensível.
O que disse Netanyahu
No pronunciamento, Netanyahu:
voltou a ameaçar o Irã e grupos apoiados por Teerã, citando Hamas, Hezbollah e houthis;
afirmou que Israel “esmagou a máquina terrorista do Hamas” e que seguirá perseguindo responsáveis pelos reféns;
disse que o discurso foi transmitido “aos telefones” de moradores de Gaza para alcançar líderes do Hamas, exigindo a libertação imediata dos sequestrados;
relembrou o ataque de 7 de outubro, quando 1.200 pessoas foram mortas, incluindo cidadãos de dezenas de países;
rejeitou novamente o reconhecimento de um Estado palestino, chamando a ideia de “loucura”.
Até a publicação deste texto, o Itamaraty não havia divulgado nota oficial detalhando a orientação à delegação. Israel abriu a rodada de discursos desta sexta na Assembleia Geral, em Nova York.
