
A Táxi Aéreo Piracicaba (TAP), empresa alvo da Polícia Federal na Operação Carbono Oculto, foi contratada por PSB e PT para prestar serviços a autoridades do governo federal. O nome da companhia surgiu em investigações sobre o transporte de integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC), incluindo dois foragidos apontados como operadores do esquema de lavagem de dinheiro da facção. A informação é do site Poder360.
Entre os clientes da TAP estão o vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Geraldo Alckmin (PSB), e a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT). Segundo registros oficiais, os serviços foram pagos diretamente pelos partidos.
Em 24 de outubro de 2022, o PSB desembolsou R$ 50 mil por um voo entre São Paulo, Alfenas e Lavras, em Minas Gerais, com retorno à capital paulista. Já o PT contratou a TAP em 20 de maio de 2023, por R$ 108,7 mil, em um trajeto que passou por Pampulha, Teófilo Otoni, Montes Claros e Brasília.Turismo em Brasília
As viagens ocorreram sem qualquer indício de irregularidade, e os contratos foram formalmente registrados. Ainda assim, o envolvimento da TAP em investigações da PF levanta novo foco de atenção sobre a empresa.
Durante depoimento à Polícia Federal, o piloto Mauro Caputti Mattosinho afirmou que aviões da TAP foram utilizados para transportar Mohamad Hussein Mourad, conhecido como “Primo”, e Roberto Augusto Leme da Silva, o “Beto Louco”, ambos procurados por ligação com o PCC. Mattosinho, filiado ao PSOL, também citou o presidente do União Brasil, Antônio de Rueda, como possível dono oculto das aeronaves, ainda que os registros estejam em nome de terceiros ou fundos.
Rueda nega qualquer relação com a empresa. “Sou alvo de ilações”, afirmou à imprensa.
Procurado, o PSB informou que a contratação da aeronave foi feita diretamente pela sigla e seguiu os trâmites legais. A assessoria de Gleisi Hoffmann afirmou que divulgará posicionamento oficial nesta sexta-feira (19).
A Polícia Federal segue apurando os vínculos e operações da Táxi Aéreo Piracicaba, inclusive para verificar a eventual responsabilidade de pessoas ligadas à empresa no transporte de integrantes da facção. Até o momento, não há indícios de que os ministros soubessem das irregularidades investigadas.
