
A Câmara dos Deputados aplicará punições a 14 parlamentares que participaram de um motim contra o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), em agosto deste ano. Três deputados receberão sanções mais severas, com suspensão temporária do mandato: Marcos Pollon (PL-MS), Marcel van Hattem (Novo-RS) e Zé Trovão (PL-SC).
A decisão partiu do corregedor da Câmara, Diego Coronel (PSD-BA), que encaminhou representação ao Conselho de Ética, com maioria já formada para aprová-la. A medida é uma resposta à tentativa de obstrução das sessões legislativas promovida por parlamentares da oposição e aliados no dia 5 de agosto, data de retorno do Congresso após o recesso.
Suspensões
Marcos Pollon (PL-MS) foi o mais duramente punido, com 120 dias de suspensão do exercício do mandato. Ele ocupou a cadeira de Hugo Motta durante o protesto e ainda foi flagrado em vídeo ofendendo o presidente da Câmara com declarações como: “A anistia está na conta da p… do Hugo Motta… não podemos peitar o bosta do Hugo Motta, um baixinho de 1,60m”. Motta, na realidade, tem 1,80m.
Marcel van Hattem (Novo-RS) e Zé Trovão (PL-SC) receberam 30 dias de suspensão cada, por participação ativa na organização e liderança do movimento dentro do plenário.
O protesto foi uma tentativa de pressionar a Mesa Diretora da Câmara e do Senado a colocar em pauta temas de interesse da base bolsonarista, como anistia aos investigados pelos atos de 8 de janeiro, o fim do foro privilegiado e o impeachment do ministro Alexandre de Moraes (STF). Deputados da oposição ocuparam as mesas do plenário e impediram a realização de sessões deliberativas.
Outros 11 deputados foram alvo de censura escrita, uma punição de menor gravidade, mas que pode levar à suspensão automática em caso de reincidência. Entre eles estão Nikolas Ferreira (PL-MG), Carlos Jordy (PL-RJ), Bia Kicis (PL-DF), Júlia Zanatta (PL-SC), Marco Feliciano (PL-SP) e Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), líder do PL na Câmara.
Sóstenes afirmou que respeita a decisão do corregedor, mas estuda apresentar recurso com base no regimento interno da Casa. As punições devem ser analisadas pelo Conselho de Ética nas próximas semanas.
