
A Executiva Nacional do União Brasil decidiu antecipar o desembarque do governo federal e deu prazo de 24 horas para que filiados deixem os cargos que ocupam no Executivo. A saída estava inicialmente prevista para o final de setembro, mas a cúpula da legenda resolveu acelerar o processo. A sigla afirmou que quem não cumprir a determinação poderá ser punido internamente.
A medida ocorre no mesmo dia em que o presidente do partido, Antonio Rueda, foi citado em uma reportagem do Instituto Conhecimento Liberta (ICL) e do UOL. Segundo a matéria, um piloto teria apontado Rueda como suposto dono de aeronaves utilizadas por uma empresa de voos ligada ao Primeiro Comando da Capital (PCC). O dirigente nega qualquer envolvimento e o partido atribui a divulgação à motivação política.Emendas associativas no INSS
Em nota oficial, o União Brasil manifestou solidariedade ao seu presidente e declarou estranhar o momento da publicação. “Causa profunda estranheza que essas inverdades venham a público justamente poucos dias após a determinação oficial de afastamento de filiados do União Brasil de cargos ocupados no governo federal – movimento legítimo, democrático e amplamente debatido nas instâncias partidárias”, diz o comunicado.
A sigla também insinuou que houve interferência do governo na veiculação da denúncia, alegando que um dos autores da reportagem mantém um programa na TV Brasil, emissora pública vinculada à Empresa Brasil de Comunicação (EBC). “Tal ‘coincidência’ reforça a percepção de uso político da estrutura estatal visando desgastar a imagem da nossa principal liderança”, diz a nota.Emendas associativas no INSS
O União Brasil tem atualmente três ministérios no governo Lula — Turismo, Comunicações e Integração e Desenvolvimento Regional. A legenda, no entanto, enfrenta divisões internas desde o início do ano e vinha pressionando pela saída de filiados do Executivo, principalmente após a definição de um novo posicionamento mais alinhado à oposição.
