
A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga fraudes em aposentadorias e pensões do INSS aprovou, na tarde desta terça-feira (16), a convocação de pessoas ligadas a Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, e ao empresário Maurício Camisotti, ambos presos desde a última sexta-feira (12) pela Operação Cambota — desdobramento da Operação Sem Desconto.
As convocações visam contornar a ausência do Careca do INSS, que, em depoimento previamente anunciado para segunda-feira, não compareceu. Agora, foram incluídos na oitiva seus familiares e sócios, cujos depoimentos devem ocorrer em conjunto na próxima quinta-feira (18).
As pessoas listadas para comparecer à CPMI incluem:
Tânia Carvalho dos Santos — esposa e sócia de Camilo em empresas investigadas;
Romeu Carvalho Antunes — filho e sócio de Camilo;
Rubens Oliveira Costa — sócio de Camilo;
Milton Salvador de Almeida Júnior — outro sócio de Camilo;
Cecília Montalvão — esposa de Camisotti e sócia de uma das empresas envolvidas na modernização dos sistemas da Previdência;
Nelson Willians — advogado, apontado por ter transações bancárias suspeitas com Camisotti.
A mudança na estratégia da CPMI reflete a insatisfação do colegiado diante da não participação de Camilo. A convocação de seus sócios e familiares, além de Camisotti, marca tentativa de obter informações de pessoas que podem conhecer a estrutura operacional do esquema. A reunião conjunta programada para quinta-feira tem como objetivo colher depoimentos que ajudem a esclarecer os papéis de cada investigado e os fluxos financeiros.
A Operação Cambota apura indícios de descontos irregulares feitos nas folhas de pagamento de aposentados e pensionistas do INSS, intermediados por entidades associativas e empresas. Camilo e Camisotti são apontados como operadores desse esquema.
