
A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS deve votar na quinta-feira (11) uma lista com 406 requerimentos, entre eles quatro considerados de alto potencial de desgaste político para o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O foco são pedidos de investigação envolvendo o Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi), cujo vice-presidente é José Ferreira da Silva, o Frei Chico, irmão mais velho do chefe do Executivo.Emendas associativas no INSS
Entre os pedidos, estão dois requerimentos de quebra de sigilo, apresentados pela deputada Adriana Ventura (Novo-SP) e pelo senador Izalci Lucas (PL-DF). Outros dois, de autoria do senador Marcos Rogério (PL-RO) e também de Izalci, solicitam ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) o envio de relatórios de inteligência financeira (RIFs) eventualmente produzidos sobre o sindicato.
As suspeitas envolvem repasses feitos por meio de uma empresa chamada Gestora Eficiente LTDA, controlada por familiares de dirigentes do Sindnapi. De acordo com informações reveladas pela coluna de Andreza Matais, a firma recebia comissões sempre que aposentados tinham descontos em benefícios do INSS em favor do sindicato.
Entre 2020 e 2023, a Gestora Eficiente LTDA, administrada pelo marido da coordenadora jurídica do Sindnapi, Tonia Galleti, e pela esposa de Milton “Cavalo” Souza, presidente da entidade, movimentou pelo menos R$ 4,1 milhões. Os repasses vinham do próprio sindicato, do banco BMG e da seguradora Generali.
No mesmo período, a arrecadação do Sindnapi com descontos saltou de R$ 23 milhões para R$ 154,7 milhões, um crescimento de 563,9%. O aumento foi impulsionado por um acordo com o BMG que resultou em milhares de novas filiações consideradas suspeitas.
