
Empresários do agronegócio e da indústria brasileira participam nesta quarta-feira (3), em Washington, de uma audiência pública no Escritório do Representante Comercial dos Estados Unidos (USTR). A reunião integra a investigação aberta pelo governo americano contra o Brasil por supostas práticas comerciais desleais.
A apuração, instaurada em 15 de julho, lista como “irrazoáveis” medidas como o sistema de pagamentos Pix, o comércio de produtos piratas na Rua 25 de Março, o desmatamento ilegal para fins agropecuários, além de políticas de etanol, tarifas preferenciais e questões de propriedade intelectual. O processo, conhecido como Seção 301, pode resultar em novas tarifas e suspensão de benefícios.
O Brasil será representado pelo setor privado. O embaixador Roberto Azevêdo, ex-diretor-geral da OMC, falará em nome da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), que reúne mais de 5 milhões de produtores. A entidade sustenta que a legislação ambiental brasileira é robusta e que sua política tarifária está em conformidade com as regras da OMC.
Também participam representantes de café, etanol, pescados, móveis e cerâmica, além da Fiesp, da Amcham e de empresas como Embraer, WEG e Portobello.
Em 18 de agosto, o governo brasileiro encaminhou resposta formal ao USTR. O documento de 90 páginas rejeita as acusações, afirma que a investigação não tem legitimidade fora do âmbito da OMC e alerta que retaliações poderiam afetar a relação estratégica entre os dois países.
