
Segundo a Revista Oeste, uma auditoria interna do Supremo Tribunal Federal (STF) identificou inconsistências nas contas da Corte que somam mais de R$ 56 milhões. Do total, R$ 50 milhões correspondem a um repasse único feito em dezembro de 2024 à Unesco, destinado à expansão do Museu do STF, mas classificado de forma considerada incorreta pelos auditores.
O valor foi registrado como despesa corrente, quando, segundo o relatório, deveria constar como ativo patrimonial de longo prazo. A falha resultou em subavaliação do ativo e impactou as demonstrações contábeis de 2024. O pagamento, equivalente a R$ 1 milhão por mês ao longo de seis anos, também não foi acompanhado do devido registro de direito patrimonial.
No site da Unesco, o projeto aparece como “contribuição voluntária/autobenefício”, no valor de US$ 9 milhões (R$ 48,7 milhões), sem detalhar se a operação se trata de doação, cooperação técnica ou gasto efetivo. A parceria, válida até 2030, prevê a ampliação do museu, a criação de uma nova praça de acesso e a reforma da área expositiva.
Além do caso envolvendo a Unesco, a auditoria encontrou R$ 6,5 milhões em bens móveis sem registro no sistema patrimonial do STF. Houve ainda distorções de R$ 1 milhão na conta de softwares e de R$ 5,5 milhões em equipamentos de segurança.
Segundo a Corte, as falhas ocorreram porque o sistema Geafin só libera o registro após a entrega final dos bens. Apesar dos apontamentos, os auditores concluíram que os erros não comprometem a integridade das contas gerais do tribunal.
