
O Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJ-GO) reduziu, na quarta-feira (7/8), a pena de Paulo Vitor Azevedo, condenado pela morte da adolescente Priscila Brenda Pereira Martins da Silva, de 14 anos. A sentença, que tinha sido fixada em 26 anos de reclusão, passou para 16 anos, em regime fechado. A decisão foi realizada durante julgamento em segunda instância, realizado em Goiânia. A garota desapareceu em 2012, em Catalão. O corpo nunca foi encontrado.
Apesar da redução de uma década na pena anterior, a defesa de Paulo Vitor recebeu a decisão com cautela e informou que considera recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF). Os advogados alegam que o processo apresenta irregularidades graves, incluindo denúncias de coação e tortura de testemunhas, que teriam sido forçadas a prestar depoimentos com o objetivo de incriminar o réu.
Com essa alegação, a defesa informou que irá solicitar a anulação de todas as provas que, segundo ela, foram produzidas de forma ilícita. Além disso, pretende pedir, em instância superior, que Paulo Vitor aguarde em liberdade até que recursos são analisados. “Estamos diante de possíveis violações ao devido processo legal e à ampla defesa, garantias constitucionais que devem ser resguardadas”, pontuou a assessoria jurídica.
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Imagem do segundo julgamento
Defesa aponta irregularidades após pena reduzida no caso Brenda (Foto: Badiinho Moisés)
Desparecimento e ocultação de cadáver
Priscila Brenda desapareceu no dia 11 de dezembro de 2012, no distrito de Pires Belo, zona rural de Catalão. Segundo testemunhas, ela foi vista pela última vez entrando no carro de Paulo Vitor, seu então namorado. Desde então, a jovem nunca mais foi vista e o corpo dela jamais foi encontrado.
As investigações apontaram Paulo Vitor como o principal suspeito. Sua prisão foi decretada em 2013, mas ele só se apresentou à Justiça posteriormente. O processo tramitou por mais de uma década.
Em 2023, ele chegou a ser condenado a 18 anos de prisão em júri popular. No entanto, a sentença foi anulada após ser comprovada a parcialidade de uma jurada, que fazia postagens em seu perfil nas redes sociais, cobrando Justiça pela morte da jovem.
Outro julgamento foi realizado em março de 2025, que elevou a pena do acusado para 26 anos por homicídio qualificado e ocultação de cadáver. Agora, com o julgamento em segunda instância, a pena foi reduzida para 16 anos.
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No segundo julgamento, o júri condenou Paulo Vitor em 26 anos de prisão (Foto: TJGO)
Julgamento repleto de adiamentos
O segundo julgamento foi marcado por adiamentos. Em fevereiro deste ano, a sessão foi suspensa duas vezes por questões de saúde, primeiro, de uma testemunha e depois, de um jurado. O júri foi remarcado para o dia 17 de março e finalizado no dia seguinte.
Durante as investigações, testemunhas disseram em depoimento, terem visto Priscila entrando no carro de Paulo, que estava acompanhado do amigo Claudomiro Marinho Júnior, antes de desaparecer. Os dois chegaram a ser presos em 2014, acusados de homicídio e ocultação de cadáver, mas posteriormente passaram a responder ao processo em liberdade.
Claudomiro foi absolvido ainda no primeiro julgamento que aconteceu em 2023. Paulo Vitor, por sua vez, teve a condenação anulada e, posteriormente, uma nova pena de 26 anos imposta, a qual foi reduzida em 10 anos.
