O governo brasileiro acionou oficialmente a Organização Mundial do Comércio (OMC) nesta quarta-feira (6) para contestar a nova tarifa imposta pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. A sobretaxa de 50%, anunciada pelo ex-presidente Donald Trump, entrou em vigor no mesmo dia e atinge diversos itens da pauta de exportações do Brasil.

De acordo com o Ministério das Relações Exteriores, a medida representa a tarifa mais alta já cobrada pelos EUA sobre produtos brasileiros e poderá impactar significativamente setores estratégicos da economia nacional. A decisão norte-americana prevê uma longa lista de exceções, mas ainda assim preocupa o setor exportador.

O caso agora será analisado no Mecanismo de Solução de Controvérsias (SSC) da OMC. Especialistas alertam que o processo é longo, burocrático e sem garantia de resultado favorável ao Brasil. A avaliação pode levar meses — ou anos — e dependerá do entendimento técnico e político dentro do organismo multilateral.

A ofensiva diplomática brasileira foi viabilizada por meio de uma resolução publicada na última terça-feira (5) no Diário Oficial da União, que autorizou o Itamaraty a acionar formalmente a OMC. O governo ainda estuda estratégias paralelas de negociação para tentar mitigar os impactos da medida junto a parceiros comerciais e empresas afetadas.