
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes protagonizou nesta segunda-feira (14) um momento de tensão durante a oitiva de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), ao repreender duramente o advogado Jeffrey Chiquini.
Chiquini, que representa Filipe Martins — ex-assessor de Bolsonaro —, pediu a palavra no início da audiência, mas foi interrompido por Moraes com uma advertência: “Enquanto eu falo, o senhor fica quieto.”
O embate teve início após o advogado solicitar o adiamento da audiência, alegando que recebeu recentemente um volume expressivo de documentos da Polícia Federal e que não teve tempo hábil para analisá-los. Segundo Chiquini, os arquivos foram entregues às vésperas dos depoimentos de testemunhas dos núcleos 2, 3 e 4 da suposta trama golpista investigada pela PF.
Moraes rejeitou o pedido de imediato. “Os documentos entregues aos advogados não integram, na íntegra, a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR). Por isso, não há motivo para suspender a oitiva”, afirmou o ministro, mantendo a audiência.
A tensão evidenciou o clima acirrado no STF em torno das investigações que envolvem aliados do ex-presidente Bolsonaro. O episódio também levantou questionamentos sobre os prazos para defesa e o acesso completo ao material das apurações.
