A ministra da Cultura, Margareth Menezes, levou uma comitiva de 14 pessoas ao Festival de Cannes, na França, entre os dias 12 e 19 de maio. O grupo, formado por nove servidores públicos e cinco atores convidados, viajou com todas as despesas — incluindo passagens, diárias e hospedagens — bancadas com dinheiro público. Apesar do volume de participantes, o Ministério da Cultura ainda não divulgou o custo total da viagem.

De acordo com a pasta, a ida ao festival teria o objetivo de “promover o talento e fortalecer as relações bilaterais entre Brasil e França no campo da cultura e da economia criativa”. A ministra participou de reuniões com autoridades francesas e de eventos do setor audiovisual. No entanto, a presença de uma comitiva numerosa em um dos eventos mais prestigiados e glamourosos do calendário cultural mundial levantou questionamentos sobre o uso dos recursos públicos.

A ausência de transparência sobre os valores e os critérios de escolha dos integrantes da delegação gerou críticas de parlamentares e especialistas em gestão pública. A expectativa é que os dados detalhados sejam cobrados por órgãos de controle e fiscalização, especialmente diante do discurso oficial de responsabilidade fiscal adotado por outras áreas do governo.