Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) reagiram com indignação à declaração do senador Marco Rubio, secretário de Estado do governo de Donald Trump, que afirmou nesta semana que o ministro Alexandre de Moraes pode ser alvo de sanções por parte dos Estados Unidos. A declaração foi dada durante audiência na Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Representantes, na quarta-feira (21), em resposta ao deputado republicano Cory Mills.

Rubio afirmou que a medida “está sob análise neste momento, e há uma grande possibilidade de que isso aconteça”. O parlamentar americano havia questionado se o governo Trump pretendia adotar sanções contra Moraes, acusado por lideranças conservadoras de promover censura e perseguição política no Brasil.

Apesar da repercussão negativa, Moraes e os demais ministros da Corte decidiram, por ora, não se pronunciar oficialmente sobre o tema. A avaliação interna é de que não há ações concretas por parte do governo dos EUA, e uma resposta pública poderia apenas ampliar a repercussão da iniciativa, ainda restrita ao campo político da oposição de direita americana.

A tentativa de sancionar Moraes faz parte de uma ofensiva internacional liderada por aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), como o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está nos Estados Unidos desde março. As ações incluem pedidos formais a autoridades americanas para aplicar a chamada “lei Magnitsky”, que permite sanções a estrangeiros por violações de direitos humanos.

Procurado, o STF informou que não comentará o caso.