A Microsoft anunciou nesta terça-feira (13) a demissão de cerca de 3% de sua força de trabalho global, o que representa aproximadamente 6 mil funcionários. Trata-se do maior corte realizado pela empresa desde o início de 2023, quando 10 mil postos foram eliminados. O enxugamento atinge todas as regiões e níveis hierárquicos, com ênfase na redução de cargos gerenciais.

A decisão surpreende por vir poucas semanas após a divulgação de lucros e receitas acima do esperado, com um desempenho robusto no primeiro trimestre de 2025. Segundo a diretora financeira da empresa, Amy Hood, o objetivo é tornar a Microsoft mais ágil, com equipes de alta performance e menos camadas de chefia.

Embora não tenha apontado um motivo direto, a Microsoft alegou que os cortes fazem parte de “mudanças organizacionais necessárias” para manter a competitividade num mercado em constante transformação. A reestruturação inclui as divisões do LinkedIn e do Xbox, além de outras áreas estratégicas.

A movimentação ocorre num momento em que a gigante de Redmond se prepara para investir US$ 80 bilhões na expansão de infraestrutura voltada à inteligência artificial, incluindo a construção de data centers. A aposta da empresa em IA não é discreta: o CEO Satya Nadella revelou recentemente que até 30% do código em certos projetos já é gerado por ferramentas automatizadas.

Ou seja, parte do enxugamento pode refletir o impacto crescente da automação na substituição de tarefas humanas, inclusive na engenharia de software, tradicionalmente uma das áreas mais resistentes a cortes em big techs.

A Microsoft se junta a outras gigantes de tecnologia que também vêm cortando postos após a fase de superexpansão da pandemia. A movimentação sinaliza que o novo mantra do setor é eficiência, enxugamento e foco em IA, ainda que os balanços financeiros mostrem resultados positivos.