
A saída de Eduardo Leite do PSDB após 24 anos marca mais do que uma simples troca de sigla: simboliza o esvaziamento de um partido que, outrora protagonista da política nacional, hoje caminha para a perder relevância. O governador do Rio Grande do Sul se filia nesta sexta (9) ao PSD, liderado por Gilberto Kassab, de olho em viabilizar um projeto presidencial — algo que, segundo ele, não seria mais possível dentro de um PSDB em processo de fusão com o Podemos.
A justificativa de Leite é clara: o partido ao qual se filiou em 2000 já não existe. A fusão, para ele, representa o fim de uma identidade.
Leite se movimenta com pragmatismo. Ao ingressar no PSD, busca espaço num partido com musculatura nacional — foi o que mais elegeu prefeitos em 2020 — e que está longe da polarização tóxica entre Lula e Bolsonaro. Mas caminho não está livre: Ratinho Junior, governador do Paraná e também filiado ao PSD, é outro nome que desponta como possível presidenciável.
A filiação de Leite sinaliza uma tentativa de renovação política com um pé na realidade: é preciso partido, estrutura e espaço para concorrer. Se vai conseguir se firmar como alternativa ao centro em 2026, ainda é cedo para dizer. Mas o movimento evidencia um PSD cada vez mais estratégico no cenário nacional.
