
O procurador-geral da Câmara de Goiânia, Kowalsky Ribeiro, apresentou nesta terça-feira (6) uma queixa-crime com pedido de medida protetiva contra o vereador Sargento Novandir (MDB) e dois de seus assessores, após ser acusado de ter apontado uma arma para o chefe de gabinete do parlamentar dentro das dependências do Legislativo.
De acordo com a petição protocolada à Justiça, o procurador afirma que foi vítima de uma tentativa de intimidação após encaminhar ao Ministério Público de Goiás informações funcionais de uma ex-servidora que estaria vinculada a uma organização social beneficiada com R$ 2,9 milhões em emendas parlamentares destinadas por Novandir. Kowalsky afirma que a reação do vereador e seus aliados seria uma retaliação direta à atuação técnica da Procuradoria.
O documento ainda aponta que os envolvidos teriam cometido crimes como ameaça, coação no curso do processo, abuso de autoridade, violação de domicílio funcional e associação criminosa. Os assessores identificados na ação são Divino Sérgio Dorneles (Serginho Paraguaio) e Eduardo Duarte Gomes (Dudu Paraguaio), ambos lotados no gabinete de Novandir.
Kowalsky também enviou uma nota à coluna em que nega ter sacado arma ou adotado qualquer atitude que possa ser interpretada como intimidação. Ele afirma que foi alvo de agressões verbais e ameaças e diz contar com imagens que comprovariam sua versão. “As alegações são absolutamente falsas e carecem de qualquer fundamento”, escreveu.
O procurador também declarou que o porte da arma é regularizado junto à Polícia Federal e foi autorizado em função de ameaças sofridas no exercício da advocacia pública. “Repudio veementemente qualquer tentativa de manipulação dos fatos com o intuito de desviar o foco de investigações em curso”, disse.
Kowalsky solicitou ainda que a OAB-GO acompanhe de perto o caso, em defesa das prerrogativas da advocacia e da legalidade dos atos institucionais da Procuradoria. A Seccional confirmou que esteve presente no momento do registro da ocorrência e reiterou que não comenta casos individuais, mas zela pelo devido processo legal.
A crise no Legislativo goianiense teve início após a denúncia feita por Sargento Novandir, que afirma que seu chefe de gabinete foi ameaçado com uma arma pelo procurador durante um desentendimento relacionado a uma vaga de estacionamento. Desde então, vereadores da base e da oposição passaram a pressionar o presidente da Casa, Romário Policarpo (PRD), pela exoneração imediata de Kowalsky.
