O mercado financeiro revisou para baixo a previsão de crescimento da economia brasileira em 2025. De acordo com o Boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira (31) pelo Banco Central, a estimativa do PIB caiu de 1,98% para 1,97%. Para 2024, a projeção de crescimento segue em 1,6%.

O cenário é de preocupação também com o câmbio e a inflação. A previsão é que o dólar encerre 2025 cotado a R$ 5,92 e atinja R$ 6 em 2026. A inflação, por sua vez, deve fechar este ano em 5,6%, superando o teto da meta estipulado pelo Conselho Monetário Nacional, que é de 3% com margem de tolerância de 1,5 ponto. O índice oficial acumulado em 12 meses, segundo o IBGE, já está em 5%.

A alta no custo de vida tem sido puxada por reajustes nos preços de energia e alimentos. Em fevereiro, a inflação foi de 1,3%, a maior para o mês desde 2016.

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central elevou a taxa Selic para 14,2% ao ano, em sua quinta alta consecutiva. O mercado prevê que os juros básicos cheguem a 15% até o fim de 2025, antes de iniciar um processo de queda gradual: 12,5% em 2026, 10,5% em 2027 e 10% em 2028.

Apesar de alguns sinais de aquecimento econômico, o Copom alerta para o risco de a inflação no setor de serviços continuar pressionada. A autoridade monetária também afirmou que seguirá monitorando a condução da política econômica do governo Lula.

Enquanto o Brasil enfrenta dificuldades para retomar um crescimento mais robusto, países que adotaram reformas liberais começam a mostrar reação. É o caso da Argentina. Com medidas econômicas radicais implementadas pelo presidente Javier Milei, o país registrou crescimento de 6,5% em janeiro — o melhor resultado desde 2022 e acima da expectativa de 4,7% dos analistas. Foi o terceiro mês consecutivo de alta na atividade econômica.