O novo presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou neste domingo (2) que a proposta de anistia aos presos pelos atos golpistas de 8 de janeiro será debatida com os líderes partidários nos próximos dias. Segundo ele, o tema será tratado com “imparcialidade” dentro da Casa legislativa.
“A pauta é feita pelo presidente com a participação dos líderes. E com certeza esse será um tema que será levado para essas reuniões nos próximos dias. E vamos conduzir com a maior imparcialidade possível”, declarou Motta em entrevista à imprensa paraibana, um dia após assumir o comando da Câmara.
A anistia para os condenados pelos ataques às sedes dos Três Poderes em Brasília é um dos principais pontos de confronto entre o governo Lula e a oposição. No ano passado, o então presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), criou uma comissão especial para discutir o assunto, mas o tema não avançou. Enquanto o PL e aliados defendem a votação da proposta, partidos de esquerda, especialmente o PT, se posicionam contra a medida.
Pautas de costumes não são prioridade
Hugo Motta também afirmou que a chamada pauta de costumes, que envolve temas como aborto e direitos LGBTQIA+, não está entre as prioridades da Câmara. Segundo ele, esses debates dividem o país e desviam o foco de questões mais urgentes para a população.
“Essas pautas ideológicas, de costume, penso eu que elas não estão na prioridade do dia. É um debate interessante, mas temos visto que esses temas muito mais dividem o país do que trazem benefícios imediatos”, afirmou.
O novo presidente da Câmara destacou que, apesar de sua opinião sobre o tema, a definição da pauta de votação não cabe apenas a ele, mas ao colégio de líderes.
Encontro com Lula no Planalto
Hugo Motta terá uma reunião nesta segunda-feira (3) com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Palácio do Planalto. Também estarão presentes o novo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), e o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha. O encontro deve abordar a agenda legislativa para os próximos meses e temas prioritários para o governo no Congresso.
