A degradação florestal na Amazônia Legal atingiu 36,3 mil km² em 2024, um aumento de 497% em comparação ao ano anterior, conforme dados divulgados pelo MapBiomas nesta semana. O principal fator foi o crescimento das queimadas, que subiram quase 80% e impactaram mais de 30 milhões de hectares, uma área maior que o Estado do Rio Grande do Sul.
Esse foi o pior cenário registrado pelo MapBiomas desde o início do monitoramento, em 2019. Segundo o Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD), do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), a quantidade de árvores perdidas em 2024 equivale a mais de mil campos de futebol por dia.
A degradação foi especialmente intensa nos meses de agosto e setembro, quando o aumento superou 1.000%. O SAD, que utiliza satélites da Nasa e da Agência Espacial Europeia para monitorar áreas devastadas a partir de 1 hectare, opera entre agosto e julho, período com menor cobertura de nuvens na região.
Degradação refere-se a danos parciais à floresta, como queimadas ou extração de madeira, onde parte da vegetação permanece, mas os impactos são significativos. Já o desmatamento envolve a remoção total da vegetação, geralmente para práticas agrícolas ou pecuárias.
Apesar do aumento na degradação, o desmatamento na Amazônia caiu 7% em 2024, somando 3,7 mil km² em comparação aos 4 mil km² de 2023. Essa redução é ainda mais expressiva em relação a 2022, quando foram registrados 10,5 mil km² desmatados — uma queda acumulada de 65%.
Os dados revelam um contraste preocupante: enquanto o desmatamento é reduzido, a degradação florestal aumenta drasticamente, sinalizando mudanças na dinâmica da destruição da floresta.