Uma sugestão apresentada pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras) para flexibilizar os prazos de validade de alimentos gerou uma onda de críticas e pressão negativa nas redes sociais, principalmente entre figuras da oposição ao governo Lula. Embora o ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, tenha afirmado nesta quarta-feira (22) que o governo federal não tem intenção de implementar a medida, o debate acendeu polêmicas sobre segurança alimentar e a qualidade dos produtos disponíveis para a população.
A proposta da Abras, apresentada na terça-feira (21), sugeria permitir a venda de itens como enlatados e biscoitos a preços reduzidos, mesmo após a data de validade, desde que os produtos fossem considerados seguros para consumo. Apesar de ser uma tentativa de reduzir custos e combater o desperdício, a ideia foi duramente atacada nas redes sociais e usada como munição por adversários políticos.
O deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) foi um dos primeiros a ironizar a sugestão, associando-a às promessas de campanha do presidente Lula. Em uma publicação no Twitter, o parlamentar afirmou: “A picanha não veio, e se vier, será podre.” A mensagem viralizou, reforçando um tom crítico que se espalhou entre outros nomes da oposição.
Os deputados Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e Flávio Bolsonaro (PL-RJ) também se manifestaram, alertando que a medida poderia abrir precedentes para a venda de alimentos estragados. “Estamos falando de qualidade alimentar sendo colocada em risco. Isso é inadmissível”, disse Flávio em entrevista.
Diante da repercussão negativa, Rui Costa enfatizou que o governo federal não apoia a proposta e que ela não está em discussão. “Reafirmo: não haverá intervenções do governo para flexibilizar as regras de validade dos alimentos. Nosso compromisso é com a segurança alimentar do povo brasileiro”, declarou o ministro, tentando conter os ruídos gerados pela sugestão.
A oposição, entretanto, usou a polêmica para criticar a gestão de Lula, associando a proposta a um suposto desleixo com a qualidade dos alimentos. A hashtag #ComidaVencida rapidamente ganhou tração nas redes sociais, com usuários questionando a ética de uma medida que, para muitos, ameaça a saúde dos consumidores.
A Abras, por sua vez, argumentou que a flexibilização poderia evitar o desperdício de alimentos, mas reconheceu que o debate precisa ser mais amplo e com garantias de segurança. No entanto, diante da rejeição popular e da resposta do governo, o tema parece ter sido temporariamente enterrado.