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Claudia Leitte se pronuncia após inquérito de racismo religioso: ‘Tribunal da internet’
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Publicado em 30/12/2024

A cantora Claudia Leitte comentou pela primeira vez sobre o inquérito de racismo religioso aberto pelo Ministério Público da Bahia (MP-BA). A investigação foi motivada por uma denúncia feita pela Iyalorixá Jaciara Ribeiro e pelo Instituto de Defesa dos Direitos das Religiões Afro-Brasileiras (Idafro), após Claudia modificar a letra da música “Caranguejo” em um show. Tradicionalmente, a canção homenageia a orixá Iemanjá, mas a artista substituiu o verso por uma referência a Yeshua, nome hebraico de Jesus.

 

“Esse é um assunto muito sério. Daqui do meu lugar de privilégio, o racismo é uma pauta que deve ser discutida com a devida seriedade, e não de forma superficial”, declarou Claudia Leitte.

 

“Prezo muito pelo respeito, pela solidariedade e pela integridade. Não podemos negociar esses valores de jeito nenhum, nem jogá-los ao tribunal da internet. É isso”, concluiu.

 

 

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Entenda o caso

O episódio que deu início à polêmica aconteceu durante um show da cantora em Salvador. Leitte aparece cantando “Eu canto meu Rei Yeshua” ao invés de “Saudando a rainha Iemanjá”. A substituição gerou uma onda de críticas, especialmente porque a música é tradicionalmente associada à celebração da Festa de Iemanjá, um patrimônio cultural protegido por lei.

 

A denúncia apresentada ao MP-BA argumenta que a mudança descontextualiza a música e desrespeita as religiões afro-brasileiras. Para os denunciantes, a atitude configura discriminação e hostilidade contra comunidades de matriz africana.

 

A promotora Lívia Sant’Anna Vaz, responsável pelo caso, afirmou que o inquérito investigará a responsabilidade civil de Claudia Leitte pela possível violação de um bem cultural e de direitos dessas comunidades, além de avaliar a possibilidade de responsabilização criminal.

 

A polêmica gerou manifestações de diversas personalidades e autoridades. O secretário de Cultura e Turismo de Salvador, Pedro Tourinho, classificou a atitude da cantora como racismo. “A alteração da letra é um ato de apropriação cultural e desrespeito à cultura afro-brasileira, especialmente no contexto da celebração dos 40 anos do Axé Music”, afirmou Tourinho.

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