A Polícia Federal (PF) revelou a existência de um suposto diálogo entre militares que apoiavam o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o general Valério Stumpf Trindade, ex-comandante do Exército no Sul. O conteúdo sugere que Stumpf teria atuado como informante do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. A informação é do site Metrópoles.

Após a posse de Lula, Stumpf foi sondado pelo governo petista para assumir o comando do Exército. Ele chegou a ser considerado um dos favoritos para o posto, ao lado do general Tomás Ribeiro Paiva. No entanto, Stumpf foi para a reserva em abril de 2023, encerrando uma carreira militar de 48 anos.

A PF capturou mensagens que indicam que Stumpf era chamado de “leva e traz” por supostamente transmitir informações sensíveis. Ele também teria recebido o codinome “Ovo” em diálogos relacionados às investigações. Esses dados circulavam em redes sociais desde o final de 2023, mas agora foram oficialmente registrados nas apurações.

De acordo com a investigação, militares que se posicionaram contra um plano de ruptura institucional foram alvos de ataques orquestrados. Entre os nomes mencionados estão os generais Richard Nunes, Valério Stumpf e Tomás Paiva. Documentos mostram que esses oficiais foram perseguidos por sua oposição a movimentos golpistas promovidos por grupos próximos a Bolsonaro.

As mensagens analisadas pela PF também mencionam o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid. Em uma delas, um interlocutor identificado como “Riva” relata estar surpreso com negociações para destituir Bolsonaro, classificando a situação como “traição à pátria”.

As revelações levantam questões sobre as divisões dentro das Forças Armadas e a relação entre setores militares e o governo de Jair Bolsonaro. As investigações continuam para esclarecer o papel de Stumpf e outros oficiais nesse contexto. Procurados, o general Valério Stumpf e sua defesa não se manifestaram até o momento.