Nesta segunda-feira (2), o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), reafirmou à Polícia Federal (PF) a necessidade de análise detalhada das explicações fornecidas pela plataforma Twitter/X. O foco está no uso de contas bloqueadas por decisão judicial que, supostamente, continuaram acessando o serviço e interagindo com usuários brasileiros. A informação foi divulgada pela Revista Oeste.
Moraes solicitou que a PF analise as explicações fornecidas pelo Twitter/X sobre as falhas técnicas reportadas. “Reitero a decisão proferida em 6/9/2024 e determino que a PF examine os esclarecimentos prestados pelo X e avalie sua verossimilhança”, afirmou o ministro. Após a análise, o caso será encaminhado à Procuradoria-Geral da República, que terá 15 dias para se manifestar.
No fim de abril, a plataforma informou ao STF que alguns perfis suspensos, por determinação do tribunal, teriam explorado uma falha técnica para acessar a rede. Um dos usuários que teria se beneficiado do erro é o jornalista Allan dos Santos, conforme apontado pelo tribunal.
De acordo com a PF, o Twitter/X permitiu que pelo menos seis perfis suspensos realizassem transmissões ao vivo para usuários brasileiros, utilizando a funcionalidade “Spaces”. Esse recurso teria facilitado a interação entre usuários e contas que deveriam estar inativas por ordem judicial. Moraes destacou que a ferramenta estava sendo usada para “permitir que usuários brasileiros da plataforma possam interagir com pessoas que tiveram seus perfis bloqueados por decisão judicial”.
As investigações fazem parte do inquérito das milícias digitais, que apura crimes relacionados à disseminação de desinformação e incitação à violência. O dono da plataforma, Elon Musk, também é investigado por supostamente permitir o uso da rede social para incitar crimes e colaborar com organizações criminosas.