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Relatório da PF, revisado por Moraes, aponta plano de fuga de Bolsonaro e classifica provas como “robustas e incontestáveis”
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Publicado em 27/11/2024

A Polícia Federal (PF) revelou nesta terça-feira (26), após a retirada de sigilo autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), um extenso relatório que acusa o ex-presidente Jair Bolsonaro de envolvimento direto em um ‘plano golpista’ para se manter no poder após as eleições de 2022. Com quase 900 páginas, o documento detalha estratégias de sabotagem institucional, articulações clandestinas e até um plano de fuga elaborado caso houvesse intervenção do STF ou cassação da chapa presidencial.

 

Segundo a investigação, um dos destaques do esquema seria a saída de Bolsonaro do país em caso de desdobramentos judiciais que inviabilizassem sua permanência no poder. O plano, descrito em documentos encontrados no notebook do tenente-coronel Mauro Cid, braço direito de Bolsonaro, incluía:

 

 

Proteção em áreas-chave: Mobilização de militares do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) para ocupar posições estratégicas nos Palácios do Planalto e da Alvorada, garantindo a segurança do então presidente.

Sabotagem de estruturas estratégicas: Sob o codinome “Etta Estrg”, a ideia seria paralisar serviços essenciais do Estado como forma de pressão e desestabilização.

Evacuação internacional: Implantação de uma rede de apoio para transportar Bolsonaro a outro país, com uso de aeronaves e operações coordenadas por forças especiais do Exército.

Os documentos indicam que o plano teria sido elaborado em 2021 e ajustado ao longo de 2022, como parte de uma estratégia mais ampla para garantir a continuidade de Bolsonaro no poder.

 

De acordo com a PF, Bolsonaro não apenas sabia dos planos, como deu aval às ações de seus aliados. A investigação aponta que ele revisou pessoalmente a chamada “minuta do golpe”, um documento que previa a decretação de estado de sítio e uma intervenção direta do Poder Judiciário.

 

 

Além disso, o relatório menciona discussões que incluíam até a possibilidade de assassinato de lideranças políticas como Luiz Inácio Lula da Silva, Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes. Parte dessas tratativas teria ocorrido em reuniões dentro do Palácio do Planalto, reforçando a gravidade das acusações.

 

A decisão de Alexandre de Moraes de retirar o sigilo do relatório trouxe à tona detalhes inéditos sobre as articulações golpistas. O ministro classificou as provas como “robustas e incontestáveis”, destacando a participação ativa de Bolsonaro em uma “organização criminosa destinada a abolir o Estado Democrático de Direito”.

 

 

Com o levantamento do sigilo, o caso segue agora para análise da Procuradoria-Geral da República (PGR), que deverá decidir se apresenta denúncias contra Bolsonaro e outros 36 envolvidos, incluindo 25 militares.

 

Bolsonaro, que já vinha negando qualquer envolvimento em atos antidemocráticos, classificou as acusações como parte de uma perseguição política e reafirmou que “sempre agiu dentro das quatro linhas da Constituição”.

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