O procurador-geral da República, Paulo Gonet, está analisando a possibilidade de oferecer uma única denúncia criminal contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, unindo as conclusões de três investigações da Polícia Federal (PF). A decisão sobre o caso, que envolve mais de 1.600 páginas de relatórios e milhares de anexos, deverá ser tomada apenas em 2025, segundo fontes da Procuradoria-Geral da República (PGR).
As investigações da PF abrangem três casos principais:
Tentativa de Golpe de Estado: Apontado em relatório de 884 páginas entregue ao Supremo Tribunal Federal (STF), que propõe o indiciamento de Bolsonaro e outras 36 pessoas por tentativa de golpe, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e organização criminosa.
Fraude no Cartão de Vacinação da Covid-19: Relatório aponta adulteração de registros para criar um certificado falso de imunização.
Apropriação Indevida de Joias Sauditas: Investigação sobre a retenção de itens de alto valor entregues ao governo brasileiro, mas supostamente desviados por Bolsonaro.
Fontes indicam que Gonet deseja estabelecer possíveis conexões entre os casos e garantir que a denúncia seja sólida e tecnicamente embasada. A análise deverá ser concluída apenas após o recesso do Judiciário, em fevereiro de 2025.
“O Gonet é muito técnico. Além da investigação em si, tem todo o embasamento jurídico. Isso vai levar tempo”, afirmou uma fonte próxima ao procurador-geral.
Após a denúncia, o STF abrirá prazos para defesa e avaliação preliminar antes de decidir se aceita a acusação, transformando Bolsonaro e os demais indiciados em réus.
Para José Robalinho, ex-presidente da Associação Nacional dos Procuradores da República, Gonet deve seguir um caminho cauteloso:
“O Paulo é técnico e cuidadoso. Vai mandar analisar tudo e supervisionar, dando a redação final pessoalmente.”