O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deu aval ao nome do senador Rogério Marinho (PL-RN) para assumir a presidência do Partido Liberal (PL) em 2025, substituindo Valdemar da Costa Neto. Segundo Bolsonaro, Marinho, que é o favorito de Valdemar, é atualmente o mais adequado para o cargo, tendo mais disponibilidade do que seu filho, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP). “Se fosse para trocar a presidência do PL, eu ia querer que o cargo ficasse com o Rogério Marinho. Ele é atuante no partido, tem mais tempo”, declarou Bolsonaro ao GLOBO.
No momento, Marinho conduz as articulações do PL com candidatos às sucessões na Câmara e no Senado. Eduardo, por sua vez, tem se dedicado a viagens pelo Brasil e ao exterior, representando o partido. O deputado já confirmou sua presença nos Estados Unidos no próximo dia 5 de novembro, durante a eleição americana, a convite da comitiva de Donald Trump. Além disso, ele mantém relações próximas com o presidente argentino Javier Milei e o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu.
Eduardo tem desempenhado o papel de ponte entre o PL e lideranças internacionais, enquanto Bolsonaro, por ordem do ministro Alexandre de Moraes, está proibido de sair do país e teve seu passaporte apreendido. Recentemente, o deputado passou a estudar árabe e intensificou suas viagens ao Oriente Médio, onde se reúne com líderes conservadores e religiosos.
O passaporte de Bolsonaro foi apreendido em fevereiro, durante uma operação da Polícia Federal que investiga uma tentativa de golpe de Estado. Ele solicitou a devolução do documento para viajar aos Estados Unidos e se encontrar com Trump antes das eleições, mas o pedido foi negado.
Com as restrições de viagem impostas a Bolsonaro, a liderança do PL e Valdemar discutem a possibilidade de Eduardo assumir um papel mais estratégico de “representação da direita” no Brasil e no exterior. Enquanto viaja ao exterior, Eduardo poderia liderar eventos conservadores pelo país, fortalecendo a militância. A ideia é organizar eventos em todos os estados com participação de lideranças locais, mantendo o movimento conservador ativo. Valdemar, mesmo deixando a presidência, continuaria em um cargo executivo, focado na articulação política e no controle dos recursos do partido.