A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta quinta-feira (12), a Operação Teatro Invisível, com o objetivo de desarticular uma organização criminosa que atuava em campanhas eleitorais em mais de 10 municípios do Rio de Janeiro. O grupo é acusado de espalhar informações falsas sobre candidatos a prefeitos, influenciando diretamente as eleições municipais. Os nomes dos políticos investigados não foram divulgados.
Durante a operação, foram cumpridos quatro mandados de prisão preventiva e 15 de busca e apreensão, além do bloqueio de bens dos investigados, totalizando R$ 1 milhão para cada envolvido. A investigação apontou que a organização criminosa tinha um esquema sofisticado e lucrativo, utilizando “fofoqueiros profissionais” para disseminar fake news em massa.
Funcionamento do esquema
A organização contratava pessoas para se infiltrar em locais de grande movimentação, como pontos de ônibus, padarias, bancos, bares e mercados, onde espalhavam informações falsas sobre adversários políticos. Cada contratado recebia um pagamento mensal de R$ 2 mil por essa função.
Além dos “fofoqueiros”, havia coordenadores que supervisionavam o esquema, recebendo R$ 5 mil por mês. Estes coordenadores, em sua maioria, eram funcionários públicos que, durante o período eleitoral, eram exonerados de seus cargos e substituídos por “laranjas” — funcionários fantasmas —, a fim de manter o controle da operação.
Expansão do esquema
Embora a base principal da organização estivesse no município de São João de Meriti (RJ), o esquema foi expandido para ao menos outras 10 cidades do estado. “Essa expansão evidencia a capacidade da organização de manipular o processo eleitoral em uma escala mais ampla, afetando múltiplos municípios simultaneamente”, informou a PF.
As investigações continuam, com a expectativa de revelar o envolvimento de outras figuras públicas e esclarecer até que ponto o esquema comprometeu as eleições em diversas regiões do Rio de Janeiro.