A Polícia Federal (PF) deflagrou na manhã desta quarta-feira (11) a Operação Estelíão II, com o objetivo de desmantelar uma associação criminosa especializada em fraudes previdenciárias. O esquema operava em diversos municípios do Rio de Janeiro, e envolvia desde servidores públicos até gerentes bancários e despachantes, que facilitavam a liberação de benefícios fraudulentos.
De acordo com as investigações, o grupo criava beneficiários fictícios, com o apoio de funcionários do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e de bancos, além de outros fraudadores que ajudavam a manter o esquema. Entre os crimes identificados, estão o uso de documentos falsos e a abertura de contas bancárias em nome de terceiros para receber os valores indevidos.
Mandados e apreensões
A ação da PF cumpre dois mandados de prisão preventiva, além de 12 mandados de busca e apreensão e três medidas cautelares diversas da prisão, incluindo o afastamento de dois servidores públicos de suas funções. As operações estão ocorrendo nas cidades de Cabo Frio, São Pedro da Aldeia, Armação dos Búzios, Belford Roxo, Duque de Caxias e na capital, Rio de Janeiro.
Histórico da operação
A Operação Estelíão II é a continuação de uma ação iniciada em dezembro de 2023, quando a primeira etapa resultou na apreensão de 27 cartões bancários em nome de terceiros, 70 documentos de identificação falsificados e um manuscrito contendo dados de 21 benefícios previdenciários. Na ocasião, a PF também apreendeu uma carteira da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-RJ), que foi obtida ilegalmente por uma advogada envolvida no esquema.
O manuscrito apreendido continha informações detalhadas sobre beneficiários fraudulentos, como nomes, CPF, número de benefício, dados de contas bancárias e senhas. Esses dados eram utilizados para movimentar o dinheiro dos benefícios previdenciários de forma irregular.
Fraude sofisticada e abrangente
As investigações apontam que o grupo criminoso atuava de forma organizada, facilitando a concessão de benefícios falsos por meio de um esquema que envolvia profissionais de diferentes áreas, incluindo advogados. Um dos pontos que chamou a atenção das autoridades foi a obtenção de uma carteira da OAB por uma advogada utilizando documentos falsos, o que permitiu ao grupo acessar dados e atuar em nome de terceiros.
A PF segue investigando o caso, com a expectativa de novas prisões e apreensões relacionadas ao esquema. A operação é mais um passo na tentativa de combater fraudes que impactam diretamente os cofres da Previdência Social e prejudicam o sistema de seguridade no país.