A crise diplomática entre Venezuela e diversas nações sul-americanas escalou neste sábado (7), após o governo de Nicolás Maduro revogar, “de maneira imediata”, a representação dos interesses da Argentina e de seus nacionais, que vinha sendo realizada pelo Brasil. A decisão inclui a retirada da custódia dos locais das missões diplomáticas, bem como de seus bens e arquivos.
Em agosto, o Brasil havia assumido a representação diplomática argentina, além de outras cinco nações na Venezuela, depois que o governo chavista expulsou essas delegações por não reconhecerem a reeleição de Maduro. Entre os países afetados estão Chile, Costa Rica, Peru, Panamá, República Dominicana e Uruguai.
Segundo o comunicado emitido pelo governo venezuelano, a medida foi uma resposta direta ao que chamou de “evidências” de que as instalações diplomáticas estariam sendo usadas para “atividades terroristas” e uma suposta tentativa de homicídio contra o presidente Maduro. Imagens nas redes sociais mostram o prédio da antiga embaixada argentina em Caracas cercado por agentes que seriam ligados ao governo chavista, além de relatos sobre interrupções no fornecimento de energia elétrica no local.
A crise diplomática tem repercussão também com o Brasil, que além de assumir temporariamente a representação da Argentina, ofereceu segurança ao prédio da embaixada em Caracas. O local abrigava oposicionistas do regime de Maduro, que se encontravam na condição de exilados políticos e alinhados ao governo do novo presidente argentino, Javier Milei.