O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta sexta-feira (06) que a rejeição de parte do agronegócio ao governo petista não se deve a razões financeiras, mas a questões ideológicas. A declaração foi dada em entrevista à Rádio Difusora de Goiânia (GO).
“A razão pela qual uma parte do agronegócio rejeita o PT não é por uma questão de dinheiro ou financeira. É por uma questão ideológica”, afirmou Lula. Ele também destacou que o embate envolve o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
“Há quantas décadas os sem-terra não invadem uma terra produtiva neste país? Entretanto, o agronegócio tem ódio dos sem-terra que são tão úteis ao Brasil quanto o agronegócio”, declarou.
O presidente ainda foi questionado sobre as dificuldades de relacionamento com o setor e explicou que sua gestão não faz distinção entre grandes exportadores e pequenos produtores. Ele defendeu a importância do MST e dos pequenos proprietários na produção de alimentos essenciais para o consumo interno, como carne de frango e suínos.
“Um produz com qualidade e facilita com que o Brasil ganhe mercado para exportação, e os outros — se você pegar quase 5 milhões de pequenas propriedades de até 100 hectares — produzem os alimentos que nós comemos”, enfatizou Lula.
Por fim, o presidente mencionou o Plano Safra 2024/2025, destinado ao financiamento agrícola, e reforçou que o agronegócio não tem motivos financeiros para criticar o governo: “O problema deles comigo não é falta de dinheiro não, é ideológico, é preconceito, e eu convivo com isso tranquilamente. Vou continuar fazendo o que eu acho que é possível fazer, independentemente da pessoa votar em mim”.