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Ex-Secretário dos Direitos da Criança e do Adolescente Comenta Denúncias Contra Silvio Almeida e Revela Clima de Desrespeito no Ministério
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Publicado em 09/09/2024

O advogado Ariel de Castro, ex-secretário dos Direitos da Criança e do Adolescente, pasta vinculada ao Ministério dos Direitos Humanos, lamentou as recentes denúncias de assédio sexual contra o ministro Silvio Almeida, mas afirmou estar “aliviado” pelo fato de que as alegações finalmente vieram à tona. Em entrevista ao Metrópoles, Castro revelou que vários colegas deixaram o ministério devido a comportamentos desrespeitosos por parte de Almeida, mencionando uma atmosfera tensa e hostil dentro da pasta.

 

As denúncias, que envolvem mulheres que procuraram o movimento Me Too Brasil, acusam Almeida de assédio sexual e se somam a uma série de relatos que agora estão sendo amplamente divulgados. Entre as supostas vítimas estaria a própria ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, cuja reunião com o presidente Lula está marcada para discutir o futuro de Almeida no governo.

 

 

A exoneração de Castro, que ocorreu após desentendimentos com o ministro, trouxe à tona acusações de racismo veladas contra o advogado, que foi criticado por Almeida após participar de uma reunião com a primeira-dama, Janja, sem a presença do titular da pasta. Castro relatou ter sofrido represálias dentro do ministério, sendo descrito como insubordinado por não acatar ordens de um ministro negro, algo que, segundo ele, insinuava preconceito racial.

 

Em relação às recentes denúncias, Castro expressou preocupação com a continuidade de Almeida no cargo. Para ele, a permanência do ministro se tornou insustentável, uma vez que as acusações trouxeram grande descrédito à luta pelos direitos humanos no Brasil. “Se ele errou, que responda”, disse Castro, ressaltando que o país atravessa um momento delicado na defesa dos direitos humanos.

 

Silvio Almeida, por sua vez, negou todas as acusações, afirmando que se tratam de “denúncias caluniosas”. O ministro informou que irá acionar a Procuradoria-Geral da República (PGR), a Controladoria-Geral da União (CGU) e o Ministério da Justiça para investigar as alegações, classificando o caso como uma perseguição contra ele.

 

O caso ganha ainda mais contornos com novas revelações que indicam possíveis condutas inadequadas de Almeida durante seu tempo como professor na Universidade São Judas Tadeu, onde teria tentado trocar favores sexuais por melhores notas, conforme revelado por uma coluna da revista Veja. Essas denúncias mais antigas, de 2007 a 2012, foram novamente levantadas com o surgimento dos novos relatos de assédio.

 

 

O desenrolar dos acontecimentos coloca o governo Lula diante de um desafio sério, com repercussões que podem afetar a estabilidade da administração de uma das pastas mais importantes do país.

 

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