A Procuradoria-Geral da República denunciou o conselheiro do Tribunal de Contas do Rio, Domingos Brazão; seu irmão, o deputado federal Chiquinho Brazão (sem partido-RJ); e o ex-chefe da Polícia Civil do Rio, delegado Rivaldo Barbosa, pelo assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. O ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, recebeu a denúncia nesta quarta-feira. Os acusados, que estão em prisão preventiva desde 24 de abril, negam envolvimento nos crimes.
Além das prisões já efetuadas, a operação da manhã desta quinta-feira incluiu o cumprimento de mandados contra Robson Calixto da Fonseca, conhecido como Peixe, assessor de Domingos Brazão, e Ronald Alves de Paula, apelidado de Major Ronald, ex-chefe da milícia da Muzema e policial militar.
Investigações conduzidas pela Polícia Federal apontam que Chiquinho Brazão, durante seu mandato como vereador, teve uma “descontrolada reação” contra Marielle Franco, relacionada à votação do projeto de lei 174/2016 na Câmara dos Vereadores. O projeto visava a regularização de um condomínio em Jacarepaguá para fins de especulação imobiliária, o que beneficiaria os irmãos Brazão.
Ronnie Lessa, ex-policial militar e acusado de executar os disparos que mataram Marielle e Anderson em março de 2018, indicou que Rivaldo Barbosa teve papel crucial nos assassinatos, agindo sob o comando dos Brazão para assegurar que a investigação subsequente não os implicasse.
Lessa está detido desde 2019, acusado de ser o autor dos tiros que vitimaram a vereadora e seu motorista no centro do Rio.