O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), atendeu a um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) e determinou que a Polícia Federal (PF) expanda as investigações envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outras 15 pessoas. As suspeitas giram em torno de fraudes em cartões de vacinação contra a Covid-19 e possíveis conexões com uma tentativa de golpe de Estado.
Em sua decisão, Moraes instruiu a PF a investigar pontos específicos, incluindo: A possível utilização efetiva dos cartões de vacinação falsos nos Estados Unidos; O relatório da perícia no celular do deputado federal Gutemberg Reis, um dos indiciados;
A análise do conteúdo de dispositivos eletrônicos apreendidos com os investigados, como Mauro Cid.
Esta fase mais profunda das investigações foi motivada após a PF ter indiciado Bolsonaro, Cid e mais 15 indivíduos por associação criminosa e inserção de dados falsos em sistemas de informação.
O procurador-geral da República, Paulo Gonet, ressaltou a importância de reunir mais elementos sobre o caso. “É relevante saber se algum certificado de vacinação foi apresentado por Jair Bolsonaro e pelos demais integrantes da comitiva presidencial, quando da entrada e permanência no território norte-americano”, declarou Gonet. Ele também questionou a existência de normas que exigissem a apresentação de certificados de vacinação para estrangeiros com visto diplomático durante a entrada nos EUA, enfatizando que essa informação é crucial para a avaliação dos delitos envolvidos.
As investigações preliminares da PF associaram o esquema de fraudes nos cartões de vacinação a um suposto plano de Bolsonaro e seus aliados para promover um golpe de Estado e obstruir a posse do presidente Lula. Segundo os investigadores, a fraude pode ter sido estrategicamente utilizada pelo grupo para garantir a possibilidade de fuga e permanência no exterior, enquanto se preparavam para novas tentativas de desestabilização política em janeiro de 2023.