Um relatório da investigação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) sobre irregularidades na Lava-Jato, em Curitiba, acusa Sergio Moro, Gabriela Hardt e Deltan Dallagnol de terem se unido para “promover o desvio” de 2,5 bilhões de reais do Estado brasileiro com o objetivo de criar “uma fundação voltada ao atendimento a interesses privados”. Segundo a coluna ‘Radar‘, da Veja, a investigação sugere que o trio teve ajuda de gerentes da Petrobras e agentes públicos americanos para desviar o dinheiro.
A conclusão da investigação aponta para a necessidade de abertura de uma investigação criminal com o objetivo de apurar os objetivos existentes para o desvio do dinheiro. “O desvio do dinheiro só não se consumou em razão de decisão do Supremo Tribunal Federal”, diz o conselho.
O documento integra a investigação que culminará no julgamento desta terça-feira, determinante para os desdobramentos das investigações contra Hardt, Moro e outros implicados em irregularidades.
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“Cada uma dessas práticas identificadas, discutidas individualmente aqui, apresenta a possibilidade de configurar, em princípio, os crimes de prevaricação (artigo 319 do Código Penal), corrupção privilegiada (art. 317, §2º, do Código Penal) ou corrupção passiva (artigo 317, caput, do Código Penal), caso o propósito específico de cada agente e outras circunstâncias dos eventos sob escrutínio sejam estabelecidos através de novas informações incorporadas, no âmbito de uma investigação criminal tecnicamente conduzida dentro dos limites do devido processo legal”, destaca o relatório.
O texto aponta ainda a necessidade de investigar “as razões” por trás dos supostos delitos atribuídos a Moro, Hardt e Deltan: “Permanece a obrigação de esclarecer os motivos para a prática dos atos anormais efetivamente realizados em quantidade, qualidade e variedade substanciais, descritos nos subtópicos relativos às evidências que corroboram os padrões estabelecidos”.
Na manhã desta quarta-feira (17) as bolsas europeias e os futuros americanos registram valorizações. No dia anterior, o dólar comercial disparou, alcançando a marca de 5,27 reais — o maior patamar desde dezembro de 2022. Naquela ocasião, as incertezas sobre o tamanho do déficit estabelecido pela PEC da Transição do governo impulsionaram os preços da moeda americana.
Desta vez, diversos fatores contribuem para a pressão sobre o dólar. A renúncia à meta de superávit primário para 2025 pelo governo, juntamente com os conflitos geopolíticos entre Israel e Irã e a persistente inflação nos Estados Unidos, têm aumentado a demanda por dólares no mercado.
Em um evento em Washington, o presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, afirmou que os dados recentes indicam que a luta contra a inflação exigirá mais tempo, e que o órgão manterá as taxas de juros atuais enquanto necessário.
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Todos esses elementos constituem o pano de fundo para a próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), onde o Banco Central deve reduzir os juros em 0,5 ponto percentual. No entanto, as taxas de juros futuras indicam um aumento na probabilidade de o Copom efetuar um corte de apenas 0,25 ponto percentual. Diego Gimenes entrevista Fabio Bentes, economista sênior da Confederação Nacional do Comércio (CNC).