Em um encontro revelado pela jornalista Monica Bergamo e marcado pela tensão, Sergio Moro, ex-juiz e agora senador, reuniu-se com Gilmar Mendes, ministro do Supremo Tribunal Federal, na terça-feira, com o senador Wellington Fagundes atuando como intermediário. O diálogo, que durou cerca de 90 minutos, foi dominado por trocas intensas entre Moro e Mendes, com Moro tentando defender sua atuação à frente da Lava Jato e desvincular-se de Deltan Dallagnol, afirmando não ter cometido ilegalidades.
Gilmar Mendes, por sua vez, não poupou críticas a Moro, associando-o diretamente às ações de Dallagnol: “Você e Dallagnol roubavam galinha juntos. Não diga que não, Sergio”, e prosseguiu, destacando que já sabia das ações reveladas pela Vaza Jato, acusando Moro e Dallagnol de coordenação indevida nas investigações da Lava Jato.
Moro afirmou não ter atacado o Supremo e criticou o uso de sua imagem pelo então presidente Bolsonaro, mencionando o distanciamento ocorrido em 2020.
O clima entre Moro e Mendes variou entre momentos de dureza e ironia, com Mendes sugerindo que Moro deveria aproveitar sua estadia no Senado para aprimorar seus estudos. Apesar do ambiente tenso, Moro buscou manter abertos os canais de diálogo, agradecendo a Mendes pela audiência. No dia seguinte, Moro acompanhou, do Senado, o julgamento de sua cassação no Paraná.