Em depoimento à Polícia Federal, Carlos Almeida Baptista Júnior, ex-comandante da Aeronáutica, declarou que o ex-comandante do Exército, general Marco Antônio Freire Gomes, ameaçou prender o ex-presidente Jair Bolsonaro se este avançasse com planos contra a ordem democrática. “Frente à possibilidade levantada por Jair Bolsonaro de atacar o regime democrático, utilizando instrumentos constitucionais como a GLO ou o estado de defesa ou sítio, general Freire Gomes destacou que teria que prender o presidente da República, caso ele tentasse tal ação”, detalhou Baptista Júnior.

Baptista Júnior também enfatizou a oposição tanto sua quanto de Freire Gomes a qualquer movimento ‘golpista’. Ele apontou que, enquanto eles se mantinham firmes em defesa da democracia, o então comandante da Marinha, Almir Garnier Santos, mostrou-se aberto a discutir a suposta “minuta do golpe”.

O relatório da PF relata ainda que, em esforços para dissuadir Bolsonaro de aplicar medidas extremas como a GLO, o estado de sítio ou o estado de defesa, Freire Gomes e Baptista Júnior deixaram claro ao ex-presidente a impossibilidade de sua permanência no poder após o término do mandato, repudiando qualquer tentativa de ruptura institucional.