A goiana Raquel Dodge, ex-procuradora-geral da República, é uma dos 11 membros do Ministério Público Federal (MPF) inscritos para concorrer a uma vaga do Superior Tribunal de Justiça (STJ). A vaga está aberta desde a aposentadoria da ministra Laurita Vaz (também goiana), em outubro.
Caberá ao Colégio de Procuradores do MPF elaborar, até 7 de março, uma lista sêxtupla. Em seguida, o documento é enviado ao STJ, que define uma listra tríplice, que é remetida ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Conforme a Constituição, um terço das vagas do STJ é destinada a advogados e membros do Ministério Público. Eles são escolhidos alternadamente. No ano passado, Daniela Teixeira, que veio da advocacia, preencheu a vaga.
Dodge pode ter dificuldades, pois foi indicada pelo então presidente Michel Temer (MDB) ao comando da PGR, em 2017. No ano seguinte, ela contestou a candidatura de Lula à presidência junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Goiana
Raquel Dodge natural de Morrinhos e formada em Direito pela Universidade de Brasília (UnB). Ela também possui mestrado pela Universidade Harvard, nos Estados Unidos.
A ex-PGR, que substituiu Rodrigo Janot, ganhou notoriedade por investigar casos de corrupção, entre eles a Operação Caixa de Pandora, que culminou na prisão do ex-governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda.
Ela também foi a responsável, em 2018, por pedir a prisão do ex-assessor de Michel Temer, José Yunes, do ex-ministro do Governo Dilma (PT), Wagner Rossi, do empresário Antonio Celso Grecco, e de outras pessoas na Operação Skala. Esta ação investigava irregularidade no Decreto dos Portos e foi autorizada pelo ministro do STF, Luís Roberto Barroso.