O deputado do Distrito Federal Fábio Félix (PSOL) acionou na última quarta-feira (18) a Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) por declarações consideradas homofóbicas feitas em uma entrevista a um podcast cristão. Na ocasião, Ferreira comparou a homossexualidade a outros “pecados“, como o alcoolismo, e afirmou que homossexuais são usados pelo ‘diabo‘.
O político que, em setembro, realizou um chá revelação em uma área de tortura da ditadura, falou no programa sobre o papel da igreja perante o “ativismo LGBT e a homossexualidade“.
— Para mim o pecado da homossexualidade não é um pecado sacrossanto, não é um super pecado porque tem as suas dificuldades, sua complexidade. Eu imagino que deva ser algo muito difícil, uma pessoa ter desejo por outra pessoa (…). Porque assim, tem gente que vai passar a vida inteira desejando fumar, mas não vai fumar porque largou o fumo e tal. Então, você vai ter ali o relacionamento homossexual, onde você vai ser levado por aquele desejo que faz com que se afasta da vontade de Deus, assim como a bebida, assim como a mentira, assim como a gula, fofoca, tudo que a Bíblia condena.
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Em outro momento da conversa, ao falar sobre “formas de abordagem” para a comunidade LGBTQIA+, Nikolas afirmou que a homossexualidade é uma “ilusão”:
— O que tá acontecendo com você é uma é uma ilusão uma mentira sabe você tá sendo usado pelo diabo e tal. Beleza é uma maneira de você abordar a pessoa — afirmou o deputado, que já usou uma peruca para ironizar mulheres transexuais.
Fábio Félix apresentou a denúncia alegando que o Ferreira proferiu “mensagens discriminatórias contra a população homoafetiva, comparou os casais homoafetivos ao vício em bebidas, mentiras e, em tom messiânico, propôs uma espécie de ‘cura gay‘”.
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De acordo com o deputado distrital, Nikolas “usou de uma suposta liberdade religiosa e subterfúgios de cunho religioso para promover preconceito, exclusão e ofensa a população homoafetiva“.
Félix afirma ainda que o discurso afronta os direitos e garantias fundamentais, assim como o princípio da igualdade. Por isso, sustenta que Ferreira cometeu o crime de discriminação, não coberto pela imunidade parlamentar e solicita que ele responda perante à Justiça.
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