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Faustão furou a fila do transplante? Entenda por que apresentador recebeu o órgão tão rápido
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Publicado em 28/08/2023

Faustão furou a fila do transplante? No último domingo (27), Fausto Silva passou por um transplante de coração no Hospital Albert Einstein, em São Paulo. O procedimento aconteceu após Faustão receber um órgão compatível, devido ao diagnóstico de uma grave insuficiência cardíaca. A indicação para o procedimento foi dada cerca de uma semana antes da cirurgia, no dia 20.

 

A rapidez desse transplante, quando comparada ao tempo médio de espera de 18 meses para esse tipo de cirurgia no Brasil, gerou discussões sobre como a fila de transplantes funciona, levantando a questão se o apresentador teria recebido o órgão antes de alguém que já estava esperando há mais tempo.

 

De acordo com informações do Sistema de Transplantes do Brasil, no momento em que Faustão foi incluído na lista, havia 385 pessoas aguardando por um novo coração. No entanto, é importante ressaltar que ex-global não furou a fila de transplantes, que é única e inclui pacientes tanto da rede pública quanto da privada.

 

 

Isso ocorre porque, embora em geral os pacientes sejam atendidos na ordem em que são listados, ou seja, de acordo com a data em que foram indicados para receber o órgão, em casos de maior gravidade, o paciente pode ser considerado “prioritário”, o que o coloca no início da fila.

 

No dia 20, um boletim médico do Hospital Albert Einstein explicou que Faustão estava em estado crítico, sob cuidados intensivos, passando por diálise e necessitando de medicamentos para auxiliar no bombeamento do coração. Isso devido à piora da insuficiência cardíaca.

 

A insuficiência cardíaca é uma condição progressiva em que o coração perde sua capacidade de bombear o sangue na quantidade necessária, podendo ocorrer devido ao enfraquecimento do músculo cardíaco, que foi o caso do apresentador.

 

 

Outros fatores, como o tipo sanguíneo, também são relevantes, uma vez que o doador precisa ter o mesmo tipo sanguíneo do paciente. Portanto, se alguém estivesse na frente de Faustão na fila, mas tivesse um tipo sanguíneo diferente, o órgão não seria compatível.

 

De acordo com a Central de Transplantes do Estado de São Paulo, no domingo em questão, o sistema identificou 12 potenciais pacientes que atendiam aos requisitos para receber o coração doado. Entre eles, quatro tinham prioridade, sendo Fausto Silva o segundo da lista. Como o primeiro paciente recusou o órgão, o apresentador passou pelo transplante.

 

 

É importante ressaltar que a lista de espera por um órgão segue critérios técnicos, incluindo tipo sanguíneo, compatibilidade de peso e altura, compatibilidade genética e critérios de gravidade específicos para cada órgão, para determinar a ordem dos pacientes a serem transplantados. Pacientes em estado crítico recebem prioridade devido à sua condição clínica, conforme enfatizado pelo Ministério da Saúde em nota.

 

 

Cenários de gravidade que aceleram o transplante

Em 2021, a pasta publicou uma nota técnica atualizando as condições de priorização de receptores de coração. No total, são três cenários, estratificados de acordo com a gravidade do quadro.

 

— O paciente com prioridade máxima é aquele que precisa de um retransplante agudo. Ou seja, ele foi transplantado e até um mês teve algum problema grave relacionado ao transplante, como rejeição aguda. Em seguida, estão pacientes com ECMO — explica a cardiologista Stephanie Rizk, especialista em insuficiência cardíaca, transplante cardíaco e coração artificial da Rede D’Or, Hospital Sírio-Libanês e da Cardio-Oncologia do InCor.

 

Nesta condição dois, estão incluídos pacientes que utilizam algum dispositivo de curta duração que ajuda a melhorar o funcionamento do coração até o transplante, como o ECMO (Oxigenação por membrana extracorporal). É uma espécie de “coração artificial temporário”, que deve ser usado em ambiente hospitalar.

 

 

Já Faustão estava incluído na condição três de prioridade, que inclui, entre outras condições, pacientes internados com choque cardiogênico, que utilizam medicamentos intravenosos para ajudar o coração a bombear o sangue. O problema ocorre quando a incapacidade do coração bombear o sangue começa a prejudicar outros órgãos.

 

— É um mal funcionamento sistêmico, que gera insuficiência de outros órgãos, como rim e sistema nervoso — disse a cardiologista.

 

Rizk destaca ainda que essa fila é dinâmica. Se houver piora no quadro, por exemplo, um paciente pode sair da condição três de prioridade para a dois.

 

Fabricio Moretti

Fabricio Moretti

Goiânia, GO

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