Os celulares de Jair Bolsonaro e de sua esposa, Michelle Bolsonaro, foram apreendidos pela Polícia Federal durante operação realizada nesta quarta-feira (3). Os dois se recusaram a informar as senhas para desbloqueio dos aparelhos. A corporação cumpre mandado de busca e apreensão na casa do ex-presidente, em Brasília.
A operação da PF visa apurar a inserção de dados adulterados de vacinação nos sistemas do Ministério da Saúde. Estão sendo cumpridos 16 mandados de busca e apreensão e seis mandados de prisão preventiva em Brasília e no Rio de Janeiro.
Bolsonaro deve ser convidado a ir depor na Polícia Federal. Não há previsão de condução coercitiva.
Um dos principais ajudantes de ordens de Bolsonaro durante a presidência, o tenente-coronel Mauro Cid, foi preso nesta manhã.
Bolsonaro depõe hoje à Polícia Federal sobre joias sauditas
Segundo a PF, os dados do certificado de vacinação envolvendo Bolsonaro, assessores e familiares teriam sido adulterados para eles conseguirem entrar nos Estados Unidos. As investigações apontam para inserções falsas em novembro de 2021 e dezembro de 2022. Bolsonaro partiu para o país no dia 30 de dezembro do ano passado, dias antes de deixar o cargo, e ficou no local por quase três meses.
“As inserções falsas, que ocorreram entre novembro de 2021 e dezembro de 2022, tiveram como consequência a alteração da verdade sobre fato juridicamente relevante, qual seja, a condição de imunizado contra a Covid-19 dos beneficiários. Com isso, tais pessoas puderam emitir os respectivos certificados de vacinação e utilizá-los para burlarem as restrições sanitárias vigentes imposta pelos poderes públicos (Brasil e Estados Unidos) destinadas a impedir a propagação de doença contagiosa, no caso, a pandemia de covid-19”, diz a nota da Polícia Federal.