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Relatório aponta que boatos podem ter incentivado ataques a escolas
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Publicado em 19/04/2023

Um relatório feito por um grupo que monitora o comportamento de perfis extremistas nas redes sociais aponta que uma onda de avisos no Twitter iniciada em 9 de abril sobre supostos ataques em escolas foi organizada.

 

O texto indica que essa ação pode ter incentivado a difusão dos boatos de ameaças para incentivar atentados contra unidades de ensino.

 

O grupo também diz que comunidades dedicadas à discussão de crimes reais, as “true crime communities”, foram tomadas desde o ano passado por perfis que faziam apologia de atentados.

 

 

A diferença entre a difusão de discurso supremacista e os boatos, para os pesquisadores, é que a organização necessária para difundir os boatos superaria a capacidade dos 255 perfis monitorados que estavam na comunidade de crimes reais.

 

Segundo Letícia Oliveira, jornalista que monitora grupos neofascistas no Brasil desde 2011, o número de ameaças explodiu na noite de 9 de abril, e partiu de uma suposta ameaça de ataque nas escolas Rio Grande e Antônio Houaiss, no Rio de Janeiro.

 

Ela começou a receber publicações e fotos de vários locais do Brasil, mas que repetiam as imagens, algumas com os nomes das escolas cariocas na foto. As imagens do Rio chegaram a ser usadas em uma suposta ameaça em escolas de Jaguarão, no Rio Grande do Sul. “Essas ameaças são completamente diferentes. Foi para criar pânico.”

 

 

Os boatos também foram direcionados a universidades, com fotos repetidas atribuídas a banheiros da Unip (Universidade Paulista) e da PUC, em São Paulo, e da Universidade Federal do Ceará. A onda começou após os ataques em uma creche em Blumenau (SC), que deixou quatro mortes.

 

A difusão de supostas ameaças registradas pelos pesquisadores antecedeu ataques em Goiás e Manaus, com três pessoas feridas em cada um, e no Ceará, com duas crianças feridas.

 

Ainda segundo Letícia, a comunidade que celebra ataques é menor e mais coesa. “Mesmo quando um perfil cai e volta, eles se reconhecem.”

 

Letícia é coautora de um relatório entregue ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ainda durante a transição para enfrentar a violência nas escolas. O material começou a ser feito após ataques em duas escolas em Aracruz, no Espírito Santo, que deixaram 4 mortos e 13 feridos em novembro do ano passado.

 

 

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O grupo que ela integra começou a monitorar 255 perfis que faziam apologia de ataques dentro das comunidades de crimes reais.

 

O grupo usava hashtags da comunidade de “true crime community” para elogiar os autores de atentados. Isso diferenciava esse subgrupo da comunidade, que chegou a criticar o que consideravam extremo.

 

 

Letícia diz que o conteúdo ligado a atentados e assassinos em série tem apelo forte entre adolescentes, e que o subgrupo apologista cultuava os autores de ataques como ídolos.

 

O monitoramento foi feito até 13 de abril. Até a data, 56 contas haviam sido suspensas, enquanto 40 estavam ativas e privadas (apenas seguidores autorizados podem ver seu conteúdo). Já 132 estavam ativas e públicas, disseminando o conteúdo no Twitter.

 

Após o monitoramento, o grupo viu caírem as interações entre a subcomunidade extremista. Os pesquisadores acham que esse pode ser um fenômeno de migração dos usuários, porque mesmo contas que haviam sido removidas e voltaram ao Twitter não têm se manifestado com a mesma frequência. As publicações de boatos também diminuíram.

 

Na manhã de terça (18), o ministro da Justiça, Flávio Dino, afirmou que o Brasil enfrenta uma epidemia de ataques, e disse que as denúncias feitas à pasta sobre o tema caíram de 1.700 em único dia para uma média de 170 casos diários.

 

Dino apresentou um balanço do combate à violência na escola, que, segundo ele, incluiu a derrubada de 756 perfis em redes sociais que reproduziam discursos de ódio.

 

Como parte da Operação Escola Segura, o Ministério da Justiça lançou um canal no site para que sejam denunciados sites, blogs e publicações nas redes sociais. O site para denúncia é o www.mj.gov.br/escolasegura

Em São Paulo, no caso de ameaça, é possível ligar para o 181, canal da polícia que permite que qualquer pessoa forneça à polícia informações sobre delitos e formas de violência, com garantia de anonimato;

FolhaPress

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