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Técnico de ginástica acusado de estupro de vulnerável é condenado a 109 anos de prisão
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Publicado em 05/10/2022

A Justiça de São Paulo condenou Fernando de Carvalho Lopes, ex-treinador da seleção brasileira de ginástica artística, a 109 anos de reclusão. Acusado pelo Ministério Público de São Bernardo do crime de estupro de vulnerável, Lopes foi considerado culpado em primeira instância. Cabem recursos.

 

Procurada, a defesa do ex-técnico se negou a atender à reportagem. As alegações dos advogados no processo não puderam ser acessadas pois o caso está em segredo de Justiça.

 

O ex-treinador sempre se declarou inocente das acusações de abuso sexual.

 

As primeiras acusações contra Lopes apareceram em julho de 2016, às vésperas da disputa dos Jogos Olímpicos do Rio, quando o Ministério Público de São Paulo abriu inquérito para apurar denúncia feita por um atleta menor de idade que treinava com ele.

 

A menos de um mês da Olimpíada, o então treinador da seleção brasileira masculina de ginástica artística foi desligado da equipe pela CBG (Confederação Brasileira de Ginástica Artística). Na época, o técnico também trabalhava com Diego Hypólito, medalhista naquela edição dos Jogos.

 

No dia 29 de abril de 2018, uma reportagem do programa Fantástico, da TV Globo, mostrou que mais de 40 atletas e ex-atletas afirmavam terem sido vítimas de abuso por Lopes.

 

A acusação formal do Ministério Público de São Bernardo, que investiga os crimes desde 2016, tem com base o artigo 271-A, que trata de estupro de vulnerável. Para ela, o órgão considerou apenas quatro vítimas, todas menores de 14 anos à época dos supostos crimes. Outras 11 vítimas foram todas arroladas como testemunhas no processo.

 

Após a reportagem, o clube Mesc (Movimento de Expansão Social Católica), de São Bernardo do Campo, em que o técnico trabalhava, também decidiu afastá-lo.

 

Nomes importantes da ginastica, como Petrix Barbosa, medalhista em torneios mundiais e ex-BBB, foram instruídos por Lopes no Mesc. Após as primeiras denúncias, Barbosa revelou sua história de assédio e abusos constantes por parte do treinador. Os casos teriam iniciado quando Petrix, hoje com 30 anos, tinha 10.

 

No despacho, a juíza Fernanda Alves da Rocha Branco de Oliva Politi diz que, tendo em vista que os delitos foram praticados pelo acusado contra quatro vítimas distintas, as penas devem ser todas somadas, totalizando 109 anos e 8 meses de reclusão.

 

“O regime inicial de cumprimento de pena será o fechado, em razão do quantum de pena aplicado, da gravidade e da hediondez do crime de estupro de vulnerável praticado”, declara Oliva.

 

Com a decisão em primeira instância, há possibilidade de recurso, que deve ser apresentado ao TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo). Após o julgamento da apelação, ainda é possível recorrer ao STJ (Superior Tribunal de Justiça) e ao STF (Supremo Tribunal Federal) .

 

Em março de 2019, Lopes havia sido banido do esporte pelo STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) e multado em R$ 1,6 milhão. Um ano depois, ele obteve uma liminar do TJSE (Tribunal de Justiça de Sergipe) e foi liberado para treinar equipes.

 

Treinador negou acusações Em maio de 2018, durante depoimento no Senado, o treinador negou as acusações de abuso sexual. “Dizer] que eu sou uma pessoa rigorosa, eu sou uma pessoa brava, que eu falava palavrão é uma coisa, mas assédio sexual é outra coisa.”

 

Lopes afirmou que as acusações se deram porque ele era um técnico que trabalhava com alto rendimento esportivo e afirmou que as crianças às vezes “treinavam chorando” por causa das cobranças.

 

“Eu fui um treinador que trabalhei com rendimento, é impossível você agradar todo mundo. Com certeza eu causei muito mais descontentamento que satisfações”, afirmou.

FolhaPress

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