As entregas de gás natural da Rússia para a Europa devem cair cerca de 40% este ano, disse a estatal russa de energia Gazprom nesta terça-feira, depois que as sanções canadenses sobre a guerra na Ucrânia impediram a parceira alemã Siemens Energy de entregar equipamentos revisados.
A Siemens Energy disse que uma turbina a gás que alimenta uma estação de compressão no gasoduto está em serviço há mais de 10 anos e foi levada para Montreal para uma revisão programada. Mas, por causa das sanções impostas pelo Canadá, a empresa não conseguiu devolver o equipamento ao cliente, a Gazprom.
“Atualmente, o fornecimento de gás para o gasoduto Nord Stream pode ser fornecido no valor de até 100 milhões de metros cúbicos por dia (em comparação com) o volume planejado de 167 milhões de metros cúbicos por dia”, disse a Gazprom em comunicado. A empresa não apresentou um cronograma para a queda prevista dos fluxos de gás.
“Nesse cenário, informamos o governo canadense e alemão e nós estamos trabalhando em uma solução sustentável”, disse a Siemens Energy em comunicado.
A agência de rede de serviços da Alemanha disse, no entanto, que não vê o fornecimento de gás como ameaçado e que os fluxos reduzidos através do gasoduto Nord Stream 1 sob o Mar Báltico estão alinhados com o comportamento comercial e o corte de gás anunciado anteriormente pela Rússia para a Dinamarca e a Holanda, informou a agência de notícias alemã DPA.
Ainda assim, também nesta terça-feira, o governo alemão disse que está fazendo um empréstimo de emergência a uma ex-subsidiária da Gazprom para evitar a falência e salvaguardar o fornecimento de gás do país. O governo disse que o empréstimo “evitaria a falência e um efeito cascata no mercado”. “O dinheiro servirá para reforçar a liquidez e adquirir gás de reposição”, afirmou em comunicado.
O governo acrescentou que a Gazprom Alemanha também seria renomeada para Securing Energy for Europe GmbH, ou SEFE, como um sinal claro ao mercado de que o objetivo das medidas tomadas é garantir o fornecimento de energia na Alemanha e na Europa”.