Encontrada sem vida em Timbó (SC) na última quinta-feira, a menina Luna Nathielli Bonett Gonçalves, de 11 anos, teria morrido após ser alvo de chutes e socos da própria mãe. Segundo a Polícia Civil, a mulher confessou, na última sexta-feira, o crime e disse que agrediu a filha por não aceitar que ela havia se tornado ‘sexualmente ativa’.
— Ela disse que já foi garota de programa e não queria que as filhas tomassem o mesmo rumo por terem iniciado a vida sexual tão cedo — conta o delegado André Beckman, responsável pelo caso.
Apesar do depoimento, a investigação continua. Entre as possibilidades investigadas pela Polícia Civil, está a de que a jovem tenha sido vítima de violência sexual.
De acordo com a nova versão apresentada pela mãe, a mulher supostamente suspeitaria de que a filha mantinha relações sexuais com um namorado. As agressões teriam sido uma forma de represália pelo comportamento da menina, que havia chegado tarde em casa. Agora, a Polícia Civil irá buscar verificar a veracidade do relato apresentado pela mãe, bem como investigar a participação do padrasto, também suspeito no crime.
A mãe e o padrasto tiveram as prisões temporária decretadas neste sábado. Ambos não tiveram os nomes divulgados pelas autoridades. De acordo com a Polícia Militar, o homem tem 41 anos e passagens anteriores na polícia por violência doméstica e posse de drogas.
Segundo a Polícia Civil, a mulher tem ainda outros dois filhos, uma de 6 anos, que foi entregue ao pai biológico, e um de 9 meses, sob responsabilidade do Conselho Tutelar.
Nova versão
No depoimento de sexta-feira, a mãe alterou sua versão da morte da menina, após ser confrontada com provas coletadas pela Polícia Civil.
— Tendo em vista as grandes inconsistências ela resolveu a falar. A investigação ainda está na metade. Vamos continuar no sentido de confirmar ou não tudo que foi dito pela genitora e verificar a participação do padrasto. — disse ainda Beckman.
No primeiro relato da família, a mulher afirmou que a criança havia caído de uma escada enquanto tentava resgatar um gato. Após o acidente, a menina teria continuado consciente e, apenas horas depois, teria começado a passar mal, momento em que os bombeiros foram chamados.
O laudo médico, no entanto, apontou que a menina tinha lesões e contusões no crânio, pulmão, rosto, pernas e braços, além de lacerações vaginais. Uma perícia na casa em que o crime teria acontecido encontrou manchas de sangue no quarto da menina, em uma calça masculina e em um sofá.