Efeito Paulo Guedes! No início da tarde desta sexta-feira (22), o Ibovespa, índice de referência da Bolsa de Valores Brasileira, sofreu uma queda e atingiu a mínima de 102.853 pontos às 12h25, representando uma baixa de 4,53%. Já câmbio seguia pressionado, com o dólar alcançando a máxima de R$ 5,7550, ou seja, uma alta de 1,55%.
O mercado vem impondo preços altos para investir no Brasil devido ao aumento da percepção de risco após o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) cruzar o limite da responsabilidade fiscal ao propor um drible na regra do teto de gastos. A manobra causou uma debandada no time do ministro da Economia, Paulo Guedes, na última quinta-feira (21).
O Ibovespa vem afundando desde a última terça (19), quando Bolsonaro determinou que o Auxílio Brasil, um benefício emergencial, seja de R$ 400, acima dos R$ 300 que foram estimados antes.
Para cumprir a determinação do presidente, o governo avaliou que precisaria furar o teto de gastos. Para driblar a regra, o governo e seus aliados no Congresso inseriram na PEC uma mudança que adia o pagamento de precatórios.
Pelo plano apresentado para mudar a regra, aprovado na quinta pela comissão especial da Câmara, a Constituição será alterada para que o teto seja corrigido anualmente pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) acumulado em 12 meses de janeiro a dezembro.
Para abrir ainda mais espaço no Orçamento, no próximo ano serão retirados do teto de gastos recursos destinados ao pagamento de precatórios. As alterações previstas criam um espaço orçamentário para despesas de R$ 83 bilhões no ano que vem.
Na última quinta-feira (21) quatro secretários da equipe econômica pediram demissão após discordarem das decisões. Dois dos principais nomes do núcleo da pasta pediram para deixar o governo.
O maior representante da área, abaixo de Paulo Guedes, é o secretário especial do Tesouro e Orçamento, Bruno Funchal. Além dele, o secretário do Tesouro Nacional, Jeferson Bittencourt, também pediu exoneração.